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Menon

Real campeão. Venceu o melhor. A "espanholização" foi abalada. Para sempre?

Menon

24/05/2014 18h58

Os dois times que se enfrentaram na final da Liga dos Campeões tinham juntos nove títulos da competição.Todos do Real. Então,nada mais natural que, após 12 anos, viesse a décima. La Décima.

O orçamento de cada time explica melhor ainda porque a lógica prevaleceu. O melhor time ganhou. O time com mais história ganhou. O mais rico venceu.

O que eu gostaria aqui, depois de algumas palavras sobre a decisão – Godin é muito bom, Di Maria foi o melhor, Cristiano, mesmo sem as melhores condições físicas, não se omitiu – é discutir se o feito do Atlético – campeão da Liga e vice da Europa – pode ser perene. Pode se repetir. Pode quebrar a tão famosa "espanholização" que – graças à grande diferença orçamentária – permite que apenas dois times lutem por títulos na Espanha.

O companheiro Erich Beting acha que não. E cita esse ótimo artigo publicado na Maquina do Esporte para comprovar: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/real-madrid-fatura-cinco-vezes-valor-do-atletico-de-madrid_26488.html

Eu tendo a concordar, mas fico torcendo par que não.

E a base disso é contratar bem. Fazer sempre a primeira compra. Miranda, por exemplo. Um zagueiro de altíssimo nível. Vai sair por muito dinheiro. Dinheiro que o Atlético nunca terá para gastar em um zagueiro.

Times com pouco poder financeiro não conseguem tirar jogadores dos clubes milionários. Não tem orçamento para sair contratando. Precisa ter inteligência e bons observadores para buscar atletas em ascensão. O Atlético, por exemplo, acertou com Forlán, com Falcao e com Diego Costa.

Outra opção totalmente imprescindível é ter uma categoria de base de alto nível.

Formar em casa e acertar nas contratações, de jovens ou jogadores que não estejam sendo utilizados.

Serve para times brasileiros, que ficarão cada vez em pior situação diante dos milionários Corinthians e Flamengo. Outra opção é ter rendas alternativas, pois o que vem das cotas de televisão nunca será suficiente para diminuir o fosso. Elas são o fosso.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.