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Menon

Serei sócio da Lusa. Vale a pena lutar pelo futebol de verdade

Menon

27/05/2014 22h33

A realidade é dura. A Portuguesa é um clube anacrônico, sem lugar no futebol de hoje, em que, cada vez mais o dinheiro é fundamental. É um time que caminha para a extinção, para a Série C, sei lá para onde. O que todo mundo sabe é que o futuro é duro. Se é que há futuro. E não é anacrônico por  haver perdido por 4 x 1  para o Sampaio Correia no Canindé. Basta lembrar que o mesmo Sampaio venceu o Palmeiras recentemente. Falo mais por haver menos de 800 torcedores no campo.

Dói ver jogadores sem nenhuma capacidade vestindo a bela camisa rubro-verde.

Dói saber que a Portuguesa está assim por culpa de dirigentes como da Lupa e Ilídio. Tem toda a culpa da decadência.

Vale a pena acender uma vela pela Portuguesa?

Esta semana, quinta ou sexta-feira irei ao Canindé me filiar ao programa sócio-torcedor.

Será meu grão de areia no Saara, meu sopro de vida nesta luta inglória.

A Portuguesa merece. E olha que eu nem gostava da Lusa. Não gostava porque, como torcedor, não gosto de nenhum grande rival. E a Lusa sempre foi um rival muito duro. Não era como hoje, um clube que os 0utros torcedores amam, tratam como café com leite.

Não, a Portuguesa não. Era o time que revelava craques como Djalma Santos, Zé Maria, Zé Roberto, Julinho Botelho, Brandãozinho, Pinga, Simão, Ceci, Rodrigo Fabbri, Felix, todos jogadores de seleção.

Um clube como esse não pode terminar, não pode sofrer como sofre, mesmo que tenha toda a culpa do mundo.

Não pode porque, por exemplo, sua queda para a segunda divisão, é uma afronta ao futebol. Esse clube anacrônico, sem torcida grande, dirigido por incompetentes sob suspeita, ao final de 38 rodadas, estava entre os 16 primeiros. Não podia cair.

Defender a Portuguesa é defender o futebol, mesmo que ela tenha sido derrubada por ação do fogo amigo. Por bandidos que estavam lá dentro.

Eu também quero ajudar a Portuguesa – e não estou fazendo demagogia, sei que o que vou pagar é irrisório – porque estarei defendendo um tipo de futebol que me agrada. Gosto de time de colônia, acho o Canindé lindo, gosto de ir lá comer bacalhau, caldo quente e alheira.

Futebol não é feito apenas de campos lindos, pela nata dos jogadores do mundo, por 350 câmeras de televisão, por torcedores de poltrona, por gente que detesta o futebol brasileiro e cria coisas bizarras como Chelsea do Brasil, Bélgica do Brasil, Borussia do Brasil.

Vou ajudar a Portuguesa porque futebol é amor. E amor não se explica. Nunca perguntei a amigos queridos porque são da Lusa. Quero apenas que continuem sendo. E que a Portuguesa melhore e volte a ser um time que me incomode. Deixe de ter minha simpatia. E que eu diga "como fui burro de ajudar a Lusa! Agora, aguenta, cabeção".

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.