Futebol e Ditadura: um seminário imperdível
Nos anos 70, o jornalista Humberto Kinjô, brasileiro exilado no Chile por conta da nossa ditadura, foi surpreendido pela queda de Allende e a tomada de poder por Pinochet. Era a ditadura deles. Foi preso. Como escapou? Subornou um guarda chileno com a camisa de Rivellino.
Futebol e política andaram juntos por muito tempo. E nem sempre de maneira saudável como no salvamento de Kinjô.
Há muito mais a discutir e a aprender. Não perca a oportunidade.
MEMORIAL DA RESISTÊNCIA DE SÃO PAULO
Seminário "Política F.C. O futebol na ditadura"
Local: Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 – Luz
Auditório Vitae – 5º andar
Período: de 03 a 07 de junho de 2014, das 13h às 18h
DIA 03 DE JUNHO (TERÇA-FEIRA)
13h às 15h30: Mesa-Redonda "O futebol explica o mundo e o Brasil"
Esta mesa-redonda tem como objetivo discutir a influência do futebol na construção da
identidade nacional do Brasil, mostrando como ao longo dos séculos o esporte foi
utilizado pelos políticos.
– Flávio de Campos (Historiador, professor do curso de pós-graduação História Sociocultural
do Futebol e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre Futebol e Modalidades
Lúdicas – LUDENS)
– José Paulo Florenzano (Cientista social, graduado, mestre e doutor em Ciências Sociais
pela PUC-SP. É professor da PUC-SP e realiza o pós-doutorado sobre o Santos Futebol
– Ednilson Valia (Jornalista, atua na área há mais de 20 anos. Cobriu quatro Copas do
Mundo, três Olimpíadas. Desenvolve cursos sobre jornalismo esportivo com ênfase na prática.
Foi pioneiro nas transmissões ao vivo pela internet. Trabalha no Portal Terceiro Tempo)
15h45 às 18h: exibição do filme "O Ano que meus pais saíram de férias"
É 1970 e o Brasil vai entrar em campo para lutar pelo tricampeonato na Copa do
México. Mauro, de 12 anos, adora futebol, mesmo o de botão, e está ansioso para o
início do torneio. Sua idade não o deixa perceber que o país passa por um dos
momentos políticos mais delicados de sua história, com um governo militar ditatorial,
que suprimiu todas as formas de liberdade. Inclusive a de seus pais, que, por serem
de esquerda, são obrigados a viver na clandestinidade e a deixá-lo com o avô, mas
este falece. (Direção: Cao Hamburger)
– Domingos Fernandes (Ex preso político. Militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), foi
um dos presos trocados pelo embaixador alemão, em 1970, em ação durante a Copa do
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– Helvídio Mattos (Jornalista. Muitas vezes premiado, trabalha na área de esportes desde os
anos 1970. Está na ESPN Brasil desde 1996, onde é Coordenador de Especiais. Teve
passagem marcante pela TV Cultura, com os programas Vitória e Grandes Momentos do
– Celso Unzelte (Jornalista. Considerado o maior historiador do Corinthians. Tem
participações em jornais, revistas e sites. Participa do programa "Loucos por Futebol", da ESPN
Brasil. É professor de jornalismo da Cásper Líbero)
DIA 04 DE JUNHO (QUARTA-FEIRA)
13h às 15h30: Mesa-Redonda "Lugar de política… é no estádio"
A ideia desta mesa-redonda é mostrar como os estádios de futebol no Brasil – e no
mundo – tornaram-se importantes para o fazer política. Será discutido como políticos
de diferentes correntes se utilizaram deste expediente.
– Bernardo Borges Buarque de Hollanda (Cientista social. Doutor em História Social da
Cultura (PUC-RJ). Pós-doutorado na Maison des sciences de l'homme (MSH-Paris). É
professor adjunto da Escola Superior de Ciências Sociais e pesquisador do CPDOC, da
Fundação Getúlio Vargas (RJ). Autor de diversos livros sobre o tema)
– Denaldo Alchorne de Souza (Historiador. Doutor em História pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), pós-doutorando pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos
Sobre Futebol e Modalidades Lúdicas – Ludens. Atua em estudos que abordam a construção
da identidade nacional através do futebol)
– Alberto Helena Jr (Jornalista. Foi redator e diretor de redação da agência Interpress,
trabalhou na Folha de S. Paulo (SP), na revista O Cruzeiro (RJ) e no Jornal da Tarde (SP),
Trabalha como comentarista no SporTV)
– Milton Bellintani (Jornalista e professor universitário, foi editor de diversas publicações da
Editora Abril de 1987 a 2001. Cobriu a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. É diretor
do Núcleo de Preservação da Memória Política)
– 15h45 às 18h: exibição do filme "João Saldanha"
Jogador, técnico, jornalista e polemista, João Saldanha (1917-1990) sempre foi bom
de briga. O filme visita os principais fatos que marcaram a vida de Saldanha, um
homem sempre envolvido nos grandes acontecimentos do país, especialmente na luta
pela democracia, futebol e cultura. (Direção: André Iki Siqueira e Beto Macedo)
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– André Iki Siqueira (Escritor, jornalista, documentarista. Autor do livro "João Saldanha, uma
vida em jogo" e co-diretor do filme "João", sobre a vida de João Saldanha)
– Luis Augusto Símon – (Jornalista. Formado em engenharia, atua como jornalista desde
1988. Tem passagens pelo portal Trivela e Agora e Jornal da Tarde. É autor dos livros "Os 11
Maiores Goleiros do Futebol Brasileiro" e "Nascido Para Vencer". É colunista do UOL)
– Vanessa Gonçalves (Jornalista, subeditora do Portal IMPRENSA. Pós-graduada em
jornalismo esportivo e negócios do esporte, atuou sete anos como redatora, editando revistas e
materiais publicitários. Diretora do Núcleo de Preservação da Memória Política, é autora do
livro "Eduardo Leite Bacuri")
DIA 05 DE JUNHO (QUINTA-FEIRA)
13h às 15h30: Mesa-Redonda "90 milhões em ação?"
Esta Mesa tem como objetivo discutir o uso da seleção brasileira pela ditadura militar
como imagem do "Brasil Grande". Ainda debaterá a presença do comunista João
Saldanha no comando da seleção de 1970 e a implicações da militarização da
comissão técnica naquele período.
– Lívia Magalhães (Historiadora. Mestre em Estudios Latinoamericanos pelo Centro de
Estudios Latinoamericanos da Universidad Nacional de San Martín, Argentina (2008); doutora
em História Social pela Universidade Federal Fluminense (2013). Autora do livro "Histórias do
Futebol". Escreve nos blog Clube da Bolinha, por Luluzinhas e Hispanic American Historial
Review, da Universidade de Duke. É membro do Núcleo de Estudos Contemporâneos da UFF)
– Juarez Soares (Jornalista, começou a carreira 1958, quando foi convidado para trabalhar
na rádio Cultura de Lorena (SP). Em agosto de 1968, foi contratado como repórter esportivo da
Equipe 1040, na rádio Tupi. Na Excelsior, comandou com Osmar Santos o programa Balancê.
Tem passagens pela TV Excelsior, Globo (de 1974 a 1982), Record e Bandeirantes, onde
integrou a equipe do Show do Esporte, comandada por Luciano do Valle. Em 1994, transferiu-
se para o SBT, onde trabalhou até o ano 2000)
– Silvio Lancellotti (Jornalista e arquiteto, iniciou duas carreiras simultaneamente, em 1968.
Integrou a equipe que fundou a revista Veja. Em 1972, foi estudar jornalismo na Universidade
de Stanford (EUA) e acabou cobrindo três grandes fatos: as mortes de Martin Luther King e
Bobby Kennedy e a reeleição de Richard Nixon. Foi diretor de redação da Vogue e aderiu ao
time de Mino Carta na revista IstoÉ, como secretário de redação e editor-chefe.
Também colaborou com O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo. Na televisão, apresentou
programas gastronômicos e foi comentarista esportivo nas redes Record, Manchete
e Bandeirantes e ESPN Brasil. Escreve um blog no portal R7)
– Eduardo Roberto Stinghen – Ado (Começou a carreira no Londrina (PR) em 1966. Foi
goleiro do Corinthians de 1969 a 1974 e reserva de Félix na seleção brasileira de 1970. Jogou
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no América (RJ) em 74, no Atlético Mineiro em 75, Portuguesa em 76, no Velo Clube (SP) e no
Santos em 76, Ferroviário (CE) em 77, Fortaleza (CE) de 78 a 80 e Bragantino em 82)
– Vanessa Gonçalves (Jornalista, subeditora do Portal IMPRENSA. Pós-graduada em
jornalismo esportivo e negócios do esporte, atuou sete anos como redatora, editando revistas e
materiais publicitários. Diretora do Núcleo de Preservação da Memória Política, é autora do
livro "Eduardo Leite Bacuri")
15h45 às 18h: exibição do filme "Copa de 70: depoimentos de jogadores da
O documentário se baseia na edição das entrevistas concedidas por 14 ex-atletas que
participaram da Copa de 1970, no México. Com imagens autorizadas pela Fifa, o filme
narra a versão dos jogadores acerca dos preparativos para os jogos. (Dir. Bernardo
Buarque de Holanda)
– Gilvan Ribeiro (Jornalista, começou a carreira colaborando para a revista Globo Rural,
enquanto terminava a faculdade. A partir daí, construiu toda a carreira na editoria de Esportes.
Em 1987, passou a trabalhar na Folha de S.Paulo e depois na Folha da Tarde. Em 1991,
transferiu-se para o Diário Popular, que depois adotaria o nome Diário de S.Paulo, onde ficou
até 2013. Passou pela TVA Sports, depois Espn Brasil, entre 1994 e 1998. Co-autor do livro
"Casagrande e Seus Demônios", biografia de Walter Casagrande)
– Milton Saldanha (Jornalista. Idealizador do jornal Dance, onde é editor e jornalista
responsável. Foi repórter e exerceu cargos de chefia em alguns dos principais veículos do
País, como a Rede Globo, os jornais O Estado de S.Paulo (SP) e Jornal da Tarde (SP), o
Diário do Grande ABC (SP), a revista Motor 3 (SP), a Folha da Manhã (RS) e outros. Foi
repórter do Última Hora (SP). Sobrinho de João Saldanha. É autor do livro "O País
– Vanessa Gonçalves (Jornalista, subeditora do Portal IMPRENSA. Pós-graduada em
jornalismo esportivo e negócios do esporte, atuou sete anos como redatora, editando revistas e
materiais publicitários. Diretora do Núcleo de Preservação da Memória Política, é autora do
livro "Eduardo Leite Bacuri")
DIA 06 DE JUNHO (SEXTA-FEIRA)
13h às 15h30: Mesa-Redonda "Condor nas canchas"
As ditaduras latino-americanas utilizaram o futebol como propaganda de seus
governos. Esta mesa-redonda tem como objetivo apresentar esses casos e discutir as
consequências disso.
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– Luiz Cláudio Cunha (Jornalista, começou a carreira em 1969, como locutor da rádio
Londrina ZYD-4, e depois como redator da Folha de Londrina, no Paraná. Passou por veículos
como Rede Brasil-Sul de Comunicação (RBS), Zero Hora, Veja, Realidade. Em 1973, assumiu
a chefia da sucursal da Editora Abril em Porto Alegre. No ano de 1978, alertado por um
telefonema anônimo, ele e o fotógrafo da revista Placar, João Batista Scalco, testemunham em
Porto Alegre uma ação da Operação Condor. Vencedor do Prêmio Esso de jornalismo)
– Humberto Kinjô (Ex exilado político, esteve no Chile durante o golpe militar. Conseguiu
entrar numa embaixada após enganar o guarda sobre uma camisa de Roberto Rivellino,
jogador da seleção brasileira)
– Clayton Netz (Jornalista e ex-preso político. Redator-chefe da revista IstoÉ Dinheiro, foi
perseguido pela ditadura militar, chegando a ter que se asilar no Chile, sendo um dos presos
no Estádio Nacional)
– Milton Bellintani (Jornalista e professor universitário, foi editor de diversas publicações da
Editora Abril de 1987 a 2001. Cobriu a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. É diretor
do Núcleo de Preservação da Memória Política)
15h45 às 18h: exibição do filme "Estádio Nacional"
O filme mostra como o principal campo de futebol do Chile – onde o Brasil conquistou
a Copa do Mundo de futebol de 1962 – foi transformado em centro de detenção,
tortura e assassinato de opositores nos meses seguintes ao golpe de Estado dado
pelo general Augusto Pinochet, no dia 11 de setembro de 1973, com o apoio do
governo dos Estados Unidos e da ditadura civil e militar do Brasil. (Direção: Carmen
Será exibido o debate realizado com a diretora Carmen Luz Parot, no âmbito de uma
exibição no Memorial da Resistência em 2013.
DIA 07 DE JUNHO (SÁBADO)
13h às 15h30: Mesa-Redonda "Perseguidos"
Jogadores e futebol e militantes políticos foram perseguidos durante o regime militar
por se oporem à ditadura. Nesta mesa-redonda, estes personagens vão contar suas
histórias e mostrar como política e futebol se misturam.
– Afonso Celso Garcia Reis (Afonsinho) – (Ex-jogador. Polêmico, foi o primeiro jogador a
brigar pela Lei do Passe no Brasil. Por suas posições de esquerda, foi fichado no DOPS e
convidado a integrar organizações de luta contra o regime)
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– Fernando Coimbra (Nando) – (Ex-jogador. Irmão de Zico, foi perseguido e preso pela
ditadura militar por ter participado do Plano Nacional de Alfabetização. Único ex-jogador
– José Reinaldo de Lima (Reinaldo) – (Ex-jogador. Declaradamente de esquerda, fez
duras críticas à ditadura militar. Na Copa de 1978, foi avisado para não comemorar os gols
com punhos cerrados, mas mesmo assim repetiu o gesto)
– Manoel Cyrillo – (Publicitário. Ex-preso político, militava na Ação Libertadora Nacional-ALN
e participou do sequestro do embaixador americano, em 1969)
– Vanessa Gonçalves (Jornalista, subeditora do Portal IMPRENSA. Pós-graduada em
jornalismo esportivo e negócios do esporte, atuou sete anos como redatora, editando revistas e
materiais publicitários. Diretora do Núcleo de Preservação da Memória Política, é autora do
livro "Eduardo Leite Bacuri")
– 15h45 às 18h: exibição do filme "Democracia em Preto e Branco"
O documentário de longa-metragem "Democracia em Preto e Branco" revisita um
período fascinante da nossa história recente abordando uma linha narrativa com três
vértices: a campanha que mobilizou todo o país em prol de eleições diretas para
presidente; o nascimento do Rock Brasil e o revolucionário movimento conhecido
como "Democracia Corinthiana". (direção: Pedro Asbeg e Gustavo Gama Rodrigues)
– Gustavo Longhi de Carvalho (É jornalista, engenheiro mecânico, professor e
pesquisador jornalístico. Tem textos ligados a esportes publicados em jornais e revistas.
Colaborou com diversos livros. É autor de "Infográficos das Copas", em parceria com Rodolfo
Rodrigues; "Copas do Mundo das Eliminatórias ao Título", com José Renato Sátiro Santiago
Junior, e "Milani – O artilheiro aviador")
– José Paulo Florenzano (Cientista social, graduado, mestre e doutor em Ciências Sociais
pela PUC-SP. É professor da PUC-SP e realiza o pós-doutorado sobre o Santos Futebol
– Cláudio Roberto Sollito – Solito (Lançado na equipe profissional corintiana em 1975.
Jogou pelo Taubaté (SP) e Náutico, antes de retornar ao Corinthians para ser bicampeão
paulista (1982-1983). Foi o titular da equipe na primeira fase da Democracia Corintiana.
Atualmente, joga no time de masters do Corinthians)
– Vanessa Gonçalves (Jornalista, subeditora do Portal IMPRENSA. Pós-graduada em
jornalismo esportivo e negócios do esporte, atuou sete anos como redatora, editando revistas e
materiais publicitários. Diretora do Núcleo de Preservação da Memória Política, é autora do
livro "Eduardo Leite Bacuri")
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