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#89 Felipão também defendeu os pênaltis

Menon

29/06/2014 06h30

Júlio César salvou o Brasil de um péssimo jogo e nos levou às quartas-de-final. Todo mérito a ele. Mas não se pode esquecer de Felipão. O treinador o recuperou para  a a seleção há um ano. E com ele, ganhou a Copa das Confederações. Não bastou. Continuou sendo criticado por sua escolha. Diziam que o goleiro estava fora de forma, estava sem jogar e que atuava em uma liga ridícula.

Tudo verdade.

E daí? Ao escolher Júlio César, Scolari enfrentou um dos clichês mais falsos da história do futebol. "Seleção é momento", dizem. Isso pode valer para um time de futebol, que está envolvido em um longo campeonato. Realmente, o treinador não pode garantir vaga eterna para ninguém. Precisa ver quem está melhorando, quem está treinando melhor. Não pode brecar a ascensão de alguém.

Copa do Mundo, não. São sete jogos em um mês. E o treinador tem um tempo para montar o seu time. Tempo cada vez menor, diga-se. Mesmo assim, o treinador de seleção tem o privilégio que ninguém tem. Pode planificar seu time, pode colocar suas ideias em prática. E chamar que ele acha que melhor pode executá-las. Eu não acharia errado um treinador convocar Adriano para essa Copa. Se acredita nele, se consegue confiar nele, se acredita que conseguirá faze-lo ter responsabilidade, não há dúvidas que joga muito mais que Fred. Para deixar claro: eu não convocaria.

Quando bancou Júlio César há um ano, Felipão estava dando toda confiança a ele. Quando disse que era o titular, quando respondeu ironicamente aos que o criticavam, Scolari deu a Júlio César todo o moral para defender os pênaltis.

Quando refuto a tese de "seleção é momento" não afasto a possibilidade de se trocar um jogador ou outro durante a Copa. Em 2002, Juninho Paulista deu lugar a Kléberson. E agora, Paulinho saiu para a entrada de Fernandinho.

Acho que Felipão cometeu alguns erros até agora. O Brasil deveria ter uma opção para a dupla Jô e Fred. Poderia ter convocado alguém para o lugar de Maxwell que não vai atuar. E, se for preciso, Daniel Alves poderia ir para a esquerda. Poderia ter uma opção tática sem um centroavante fixo. Algo como jogadores leves como Neymar, Willian e Oscar. Talvez fosse bom ter um jogador mais velho no banco. Kaká ou Willian?

Mas Scolari, apesar de ser fã de Pinochet e de bater em repórter, entende muito de futebol.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.