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Menon

#133 Quer ajudar o povo, David Luiz? Divida os R$ 800 mil

Menon

14/07/2014 13h35

David Luiz, o zagueiro que pintava como o melhor da Copa e que terminou a competição fazendo duas partidas pavorosas, no nível de várzea, disse, após o segundo vexame, que estava triste porque não pode dar a alegria ao povo. Ao povo que tanto merecia.

É um tipo de declaração que não me agrada. Ela pode significar duas coisas. E as duas são horríveis:

1) Demagogia – Não precisa explicar né? Quer dar o título ao povo porque o povo é sofrido etc e tal…. Dispenso.

2) Preparação errada – Se estiver sendo honesto, David Luiz escancara um erro fundamental nessa preparação. Os jogadores não entraram em campo para jogar bola com alegria, sem nenhuma responsabilidade além de jogar futebol. Futebol, como todo garoto joga. Mas, não. Eles entraram em campo para defender a Pátria, a Família Scolari, a CBF e não sei mais o que. E, depois, tinha de jogar por Neymar, que se contundiu. Por que isso? Mais uma carga? E lá estava David Luiz, com a cara cheia de choro, segurando uma camisa de Neymar na hora do hino nacional. Quanta bobagem, meu Deus!!!

Então, David Luiz, se você quer ajudar alguém, quer se desculpar com o povo, por que você não doa 10% do seu prêmio. Parece que é de R$ 800 mil. R$ 800 mil por um quarto lugar? Por um 7 a 1 contrario? Por um 3 a 0 contrário? Então, David Luiz, pega R$ 80 mil e doe para alguma entidade humanitária. Qual? Sei lá, alguém que defenda as ararinhas azuis, os micos leões, os sacis…. Se não confia, construa uma creche em sua cidade natal.

Mexa-se. Faça como os alemães que deram 10 mil euros (uma quantia ínfima) para os índios pataxós. Se você fizer alguma coisa concreta rapidamente, suas próximas caretas marqueteiras serão mais bem aceitas.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.