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São Paulo, ainda em construção? Melhor fechar para balanço

Menon

27/07/2014 18h21

Se o São Paulo fosse um prédio com data prevista para ser entregue, o empreiteiro teria multa altíssima para pagar. O time não engrena, não faz duas boas partidas seguidas e mostra falhas repetidas. Falhas técnicas e táticas.

Muricy já teve tempo para dar uma cara ao time, para fazer com que os setores se complementem. Com ele, o time deixou de cair no Brasileiro do ano pasasado, mas depiois disso só houve decepção, com direito a eliminações para Ponte Preta e Penapolense.

O treinador deixou de lado alguns conceitos que marcaram a sua carreira, abraçou outros mas parece estar sendo repelido. O 'muricybol" – sempre achei essa denominação obra de críticos preconceituosos – funciona melhor do que essa tentativa de privilegiar bons passes e posse de bola. 

E ele titubeia nas escolhas. Se é para ter boa saída de bola, Maicon tem de ser titular. Ainda mais, quando a opção é Rafael Toloi. Como disse o @pauloyamanaka esse jogador mostra a crise na Itália e no Brasil. O São Paulo fez de tudo para ele voltar. A Roma fez de tudo para ele ficar. Faltou dinheiro.

E, se Muricy tem suas convicções balançadas quando o assunto é Maicon, ele se aferra a elas quando decide que Ademilson precisa jogar porque ajuda a marcação pelo lado do campo. Pode ser uma tese correta, mas não precisa ser usada sempre. Osvaldo vai melhor do que ele. Pato, que não tem jogado bem, pode ser outra boa opção. E quando Fabuloso voltar? Kardec sará recuado um pouco e ninguém falará mais da necessidade de marcação pelo lado.

Além da falta de recomposição – Ganso levou amarelo por fazer uma falta feia no meio campo, evitando um contra-ataque – falta velocidade. Douglas apoia muito, mas nada sai daí. Alvaro Pereyra apoia pouco. 

Com tantos erros, a volta de Kaká foi um refresco. Mas de que adianta ter um jogador por mais cinco meses? Bem, pode ajudar para ganhar a Copa do Brasil. Esse Brasileiro já era.

O São Paulo precisa fechar para balanço. 

O Goiás, muito bem montado, aproveitou-se dos erros e venceu.

É mais fácil montar um time na defesa, fazer poucos gols e jogar em contra-ataque. Muricy ganhou três títulos assim. Agora, a tarefa parece mais dura. Não sei se conseguirá.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.