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Punição injusta ao Grêmio dá nova arma à luta contra o racismo

Menon

03/09/2014 23h38

faustoracismoNão concordo com a punição ao Grêmio. A instituição não praticou nenhum ato racista. Não pode ser punida por atitudes de seus torcedores. Não estou analisando aqui pela Lei. Não sei o que ela diz. Estou falando pelo senso comum. Uma decisão esportiva foi abortada e substituída por engravatados em busca de holofotes. Como fizera na questão da Portuguesa no ano passado, Paulo Schmit, sempre ele, já dizia o resultado da votação antes mesmo de o julgamento haver começado.

Seria justa uma punição ao Grêmio se houvesse uma relação umbilical entre clube e torcida. No ato de racismo, não historicamente. E não houve. A diretoria do Grêmio não incentivou a prática daqueles idiotas. Aliás, o mais idiota, era o negro vestido com a camisa do Grêmio imitando macaco para ofender o negro Aranha.

A diretoria do Grêmio proibiu a presença da torcida Geral, que, dias após voltou a cantar hinos racistas. Impediu que ela continuasse a usar símbolos do Grêmio para conseguir dinheiro. Uma asfixia monetária.

Seria hora agora de o Grêmio afastar seu dirigente que viu "cera" na atitude de Aranha, diante de um gritinho inocente.

Justa foi a punição no poltrão que apitava o jogo. Um covarde.

Olhemos para o futuro. Criou-se uma jurisprudência. O STJD puniu um clube de futebol porque dez de seus 30 mil torcedores presentes ao estádio foram flagrados em atitude racista. A partir de agora, será assim. O que isso significa? O que virá?

Acredito que um torcedor que fizer isso novamente, vai levar uma surra de seus colegas. Os não-racistas. Ou os racistas que escondem seus gritos.

Acredito também que jogadores negros passarão a ter a mesma coragem de Aranha. Viram que ela não foi em vão.

Do limão, pode-se fazer uma limonada. Da arrogância do tribunal, passaremos a ter racistas mais educados em campo. Subjugando seus sentimentos horríveis. Condicionados como cãezinhos submetidos a Pavlov.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.