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Torcida se une para impedir morte do basquete de Franca

Menon

10/11/2014 14h34

Um item do regulamento do NBB tem tirado o sono da torcida de Franca. Aquele que permite aos jogadores que não fizeram sete jogos por uma equipe se transferirem para outra. E, justamente no ano quem que o time começou tão bem – com duas vitórias em dois jogos – isso pode acontecer. O motivo, claro, é falta de dinheiro.

Em fevereiro de 2014, a Vivo anunciou que, a partir de agosto abandonaria a parceria de seis anos, que garantia R$ 180 mil mensais ao clube. Mesmo com prazo tão grande, não foi possível conseguir um outro patrocinador máster. E, sem dinheiro, o time joga com uniformes do ano passado, que ainda ostentam propaganda da Vivo. Os patrocinadores de hoje – Magazine Luiza e EMS – garantem R$ 90 mil no total.

Foi então que a torcida reagiu. Gustavo Godoi Silva, 30 anos, recepcionista em um hotel, tomou a frente. Ele, que é um dos donos da página Franca Basquete da Depressão, escreveu um longo texto (https://www.facebook.com/pages/Franca-Basquete-Da-Depress%C3%A3o/503339999785139?ref=ts&fref=ts) convocando torcedores a aumentar o número de sócios torcedores do clube. "Nossa cidade tem 400 mil habitantes e não pode ter só 700 sócios torcedores. Nós temos de chegar a 4 mil pelo menos", diz.

O desafio de Gustavo tocou a diretoria, que também publicou um texto pedindo que o Pedrocão esteja sempre lotado, com pelo menos 4 mil pessoas. Há a promessa de uma ação de crowdfunding para buscar apoio em torcedores espalhados pelo Brasil, que não se interessam em ser sócio torcedor.

Haverá uma reunião entre diretoria e torcida para ações conjuntas "Temos 12 sugestões, desde venda de sócio torcedor para empresas até panfletagem nas ruas. Eu acho que a diretoria fica muito no facebook. Um sócio torcedor paga R$ 30 por mês. É só sair na rua e pegar gente no laço", diz Gustavo.

Antes de buscar apoio e ser amparado pelos torcedores, a diretoria do Franca Basquete contratou uma agência de publicidade de São Paulo e não houve resultado. Fez uma reunião com empresários da cidade, buscando parcerias baseadas em incentivo fiscal e também não deu certo. Agora, a última tentativa – quando já se fala em dois meses de salários atrasados – é o amor do povo francano pelo basquete.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.