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Menon

#151 Mimimi de Thiago Silva fortalece e dá razão a Dunga

Menon

17/11/2014 12h20

A reclamação de Thiago Silva – chorosa reclamação – sobre o fato de não ser mais capitão da seleção brasileira serve para dar razão a Dunga, que o trocou por Neymar. Quem reclama que não é mais capitão, não serve para ser capitão. Onde está a ascendência sobre os outros? Onde está a preocupação com o elenco? Onde está o estoicismo?

É só lembrar de Mascherano, que perdeu a faixa de capitão para Messi. Não correu para os ombros dos repórteres, não fez queixas lamuriosas, nada disso. Ele simplesmente continuou a ser o capitão, só que sem o direito de sair na foto e sem usar a faixa. Continuou a gritar, a comandar, a ralar a bunda no chão, a encarar rivais e ainda foi protagonista de um momento inesquecível da Copa.

O jogo contra a Holanda havia terminado com o empate e iria para os pênaltis. Ele abraçou o goleiro Romero e depois olhou firmemente em seus olhos. Com as mãos no rosto do comandado – sim, ali estava um verdadeiro capitão – disse que a glória estava chegando, disse que dali a alguns minutos ele faira coisas maravilhosas, pegaria penais e levaria a Argentina para a final.

Deu certo. Por Romero, mas também por Mascherano, alma de capitão, mesmo sem o cargo.

Não é preciso lembrar o papel do capitão Thiago Silva na decisão por pênaltis contra o Chile, não é? Sentado em uma bola, longe dos companheiros, chorando como bezerro desmamado, como criança que se perde no parque de diversões.

Acho que Thiago Silva teria certa razão se reclamasse da perda de posição. Não por Miranda, mas por David Luiz, marqueteiro e peladeiro. Thiago foi muito melhor que o companheiro na Copa.

Eu o respeitaria se fosse até Dunga e dissesse que acha injusto virar reserva e que vai lutar muito para voltar à posição. Mas ficar falando para jornalista, reclamando de carinho, da falta de um aviso, isso só serve para mostrar que não tem personalidade para ser capitão.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.