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Palomino: "ESPN está forte, contratando eventos e profissionais para 2015"

Menon

19/12/2014 12h57

Conversei com João Palomino, 49 anos, vice-presidente de jornalismo e produção da ESPN. Ele tem uma análise otimista sobre a ESPN em 2015. "Vai ser um grande ano para a emissora, com novos eventos e mais profissionais".

Como será a postura da ESPN no mercado, em 2015?

Será uma postura agressiva, como sempre. Acabamos de renovar os direitos de transmissão da NBA por um período de nove anos. Uma grande notícia porque a NBA interessava a muitas redes. Além da NBA, estamos lutando para ampliar os direitos que já temos e também para contratar novos eventos. Há negociações muito avançadas. Não posso dizer porque nessa área, a divulgação é um grande inimigo.

E a perda de alguns eventos?

Foram sentidas, mas vamos buscar outros. O importante é notar que o Brasil está caminhando para um cenário parecido com o dos EUA, em que, por causa de grandes custos, é difícil ter exclusividade em eventos. Tanto é verdade que estivemos juntos com a Sportv na luta pelos direitos da Champions. O importante para enfrentar essa dificuldade é ter o jogo exclusivo. Se você não tem o evento exclusivo, tem o jogo exclusivo. Temos isso no campeonato inglês, por exemplo.

Fala-se que haverá muitos cortes na ESPN.

Olha, isso é uma grande mentira. Se vamos ter novos eventos, como vamos demitir? Vamos contratar pessoas, isso sim. Fizemos algumas contratações pontuais na Copa do Mundo que deram muito certo e vamos repetir agora. Queremos pessoas versáteis tanto para participarem como convidados de alguns programas quanto para comentar jogos. Vamos ter gente nova, pode ter certeza. E estamos segurando profissionais, como o Gustavo Hoffmann, que teve proposta da TV Bandeirantes e que ficou conosco por conta de um plano de carreira. O Rodrigo Rodrigues saiu porque quis, o PVC também.

O PVC era considerado o número 1 da ESPN. Como substitui-lo?

Ele esteve nas finais da Copa do Mundo e da Champions, mas outros também estiveram. Como nós temos muitos eventos, é difícil dizer quem é o numero um. PVC, Calçade, Mauro, Hoffmann e Bertozzi comentaram jogos importantíssimos. Diziam que eu era o número um da narração e eu nunca me senti assim, o Paulo Andrade fez finais de Champions. O importante é o time.

E eventos ao vivo?

Continuaremos fazendo. O Superbowl sempre será ao vivo. A NBA também, esse ano não foi porque tivemos a Copa e optamos por estarmos todos aqui. Nosso grupo de esportes americanos com o Everaldo, Largo, Ari, Zé Boquinha, Agra e outros é muito forte.

E a saída do PVC?

Como eu disse, foi decisão dele. Convivi 14 anos com ele, é um grande profissional e uma grande pessoa. E vai continuar sendo, sempre tendo o meu respeito.

Comentaristas do meu blog tem feito algumas críticas à ESPN. Gostaria que você comentasse. A primeira é sobre a debandada, que você já negou. A segunda é sobre uma popularização do canal, principalmente no Bate bola das 13 horas.

Acho que tem muito preconceito nisso.  Vou explicar. O primeiro Bate Bola é "reporteiro", com muitas noticias. O segundo é para analisar e aprofundar alguns assuntos. E o da noite, para receber convidados. As críticas são para o segundo bate bola e são injustas. Marcela Rafael é repórter com muito conteúdo. Bruno Vicari tem muita qualidade na apresentação. E tem as análises do Mauro Cezar e do Bertozzi. A audiência subiu muito. O programas é um sucesso.

Há críticas pela postura do Juca Kfouri e do José Trajano, que teriam se posicionado a favor de Dilma Rousseff na eleição, o que transformaria a ESPN em uma televisão chapa branca.

Nada a ver. Há pessoas conosco que discordam das posições do Juca e do Trajano e que convivem muito bem com eles. A ESPN preserva o direito à opinião de seus profissionais. Eles são responsáveis por elas.

PS – Estou assustado com o anacronismo e a virulência de alguns comentários a respeito de dois dos maiores jornalistas da história do jornalismo brasileiro. Coisas antigas e um radicalismo que saiu de moda com a guerra fria. Parece que o espírito do senador Joe McCarthy os inspira. Falar em comunismo porque alguém vê qualidades e defeitos na candidatura vitoriosa em outubro é coisa de quem vive um mundo preto e branco que acabou faz tempo. E que foi enterrado há alguns dias por um negro filho de nigeriano e um ex-guerrilheiro. Cuba e EUA restabeleceram relações diplomáticas e vocês aí bravos porque alguém votou em quem achava o melhor? É muita paranoia.  

 

TWITTER @BLOGDOMENON

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.