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Corinthians venceu alemães. CBF vai comemorar a vingança?

Menon

18/01/2015 09h31

Com dois gols de Guerrero – sempre ele – o Corinthians virou em cima dos alemães do Bayer Leverkusen. Uma boa vitória que dará subsídios para Tite tirar suas conclusões e iniciar, com menos pressão, seu trabalho. Só isso. Não serve para que incautos digam que o futebol brasileiro não está tão longe dos alemães e voltarem ao papo do apagão, da bizarrice, da estranheza, do alinhamento dos satélites que permitiram aquela vitória por 7 a 1 em julho do ano passado.

Talvez a CBF coloque a notícia com destaque em seu site. Fez isso em 7 de janeiro (7 de 1, entenderam a sutileza de elefantes) quando publicou reportagem de uma goleada brasileira sobre os alemães por 4 a 1. Em 1981, quando já éramos mal dirigidos mas ainda não havíamos chegado ao ponto de ver Marco "Beautiful" del Nero substituir zédasmelhas Marin.

A distância entre Alemanha e Brasil vai continuar enorme, mesmo que o Corinthians e o Fluminense houvessem vencido Colônia e Bayer. Sim, porque em campo, mesmo com  um grande atraso tático, sempre é possível vencer. Temos jogadores, embora a vitória corintiana viesse chancelada por um peruano. O problema é muito maior fora do campo. Ali, somos Ilhas Faroe.

Estamos prontos para os campeonatos regionais. Peças de museu, que trazem boas lembranças do passado e impedem o futuro. Havia propostas de calendário vindas do Bom Senso F.C mas foram desprezadas. O que interessa aos cartolas é manter seus feudos, agradar times menores e continuarem recebendo seus votos. Aliás, justiça seja feita, recebem dos grandes também, sempre submissos.

E, para manter as aparências, os dirigentes usam de truculência. Em São Paulo, são obrigados a escalar apenas 28 jogadores, o que dificulta a ascensão dos garotos da base. No Rio, há uma multa para quem criticar o campeonato. Não se pode falar. É a ditadura dos medíocres.

Censura e autoritarismo. 7 a 1 foi muito pouco.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.