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Menon

O sambista Oswaldo gosta de jazz e se dá bem com o tango de Cristaldo

Menon

22/02/2015 21h37

Amigos, eu vi. Podem acreditar, ninguém me contou, eu vi. Foi no final do século passado, em Atibaia, onde o Corinthians estava concentrado. O samba corria solto no restaurante do hotel. Amaralzinho cantava "O show tem que continuar", de Arlindo Cruz. E então, Oswaldo de Oliveira se levantou. E mostrou samba no pé, como se um passista fosse.

Alguns anos depois, no São Paulo, soube que ele adorava o jazz de Chet Baker. Algo mais de acordo com seu estilo tranquilo, de perfil baixo.

Samba, jazz e agora tango. Oswaldo está se dando muito bem na remontagem do Palmeiras a partir da confiança que passa a Allione e Cristado, dois argentinos que vieram com Ricardo Gareca no ano passado. Enquanto Mouche se recupera de contusão e Tobio ainda não é o zagueiro que foi contratado para ser, os outros dois são um sucesso.

Allione faz bem as três posições do meio-campo, mas com Oswaldo passou a exercer apenas duas. É meia que vai ao ataque. É atacante que recua. Não é o volante de saída de bola. Difícil imaginar porque não jogava com Dorival Junior. A única explicação possível é que, em momento tão ruim como aquele não havia espaço para quem ainda se adaptava.

Cristaldo, pequenino e cumpridor tem se dado bem como homem de área. Fez um gol de muita raça dividindo com o goleiro Leandro que foi com o pé mole na jogada. E fez um outro em que Leandro foi com a mão mole. Azar de goleiro. Mérito de atacante que tem jogado bem.

Se continuar assim, talvez possamos imaginar Oswaldo em sua casa, à meia luz, tomando um bom vinho e ouvindo La Cumparsita. Ou Dos Cabezas. Tango na veia.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.