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Gigantes precisam salvar Lusa e Guarani. Em nome do capitalismo

Menon

09/04/2015 11h31

Caçapa cantada. A Portuguesa, que teve seu estádio interditado durante todo o campeonato, caiu. Pela sétima vez em 13 anos. Foi para a segundona do Paulista. Já está na terceirona do Brasileiro. E, ao contrário das outras vezes, não é favorita para voltar. Nem time tem para entrar em campo.

Na segundona, ndeve encontrar o Guarani. O Bugre, que já foi campeão brasileiro, está em nono e o acesso é difícil. Boa notícia é que está a cinco pontos do quarto. Outra boa notícia é que a Ferroviária lidera. Pode subir no ano da morte de Rosan, seu grande goleiro dos anos 60.

Eu sou saudosista. Não nego. Tenho saudades do Come-Fogo, tenho saudades de grandes times do interior. Mas não sou cego. Portuguesa é algo anacrônico no mundo de hoje. O clube não revelou novos dirigentes e ficou nas mãos de pessoas que vim de rampeirices, que vivem de exploração.

Um ano e meio depois e não conseguiram dizer à sociedade quem lucrou com a escalação de Heverton. Ou pelo menos, quem fez a besteira. Preferiram jogar a sujeira para debaixo do tapete.

Um exemplo do mau gerenciamento da Portuguesa. O clube tem menos patrocínio do que a Equipe Líder, rádio que acompanha a Portuguesa em todos os lugares. Ou seja, os empresários portugueses preferem apoiar a rádio que transmite jogos do clube do que o próprio clube.

O Guarani também vai mal. Não consegue nem vender o Brinco de Ouro, solução escolhida para evitar o fim.

O mundo está mais para Red Bull e Audax do que para Portuguesa e Guarani.

Por que então eu acho que os clubes grandes deveriam ajudar os que não se prepararam? Por que São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos deveriam ceder três jogadores cada um, de graça? Jogadores encostados, que não atuam, que nem cabem no treino?

Pelo capitalismo. A ajuda faria com que Lusa e Guarani pudessem se reerguer. Subir novamente, se estabilizarem na segunda do Brasileiro e na primeira do Paulista. E depois, quem sabe, sonhar com a primeira do Brasileiro.

Seriam dois times a mais para revelar jogadores. Jogadores que chegariam aos grandes. Como foi com Julinho, com Djalma Santos, com Leivinha, Rodrigo Fabbri, Zé Roberto, Careca, Ricardo Rocha, Julio Cesar, Edson etc.

Quem o finado Barueri revelou? E o Audax? O Red Bull?

Não é por tradição. Não é por memória afetiva. É por dinheiro.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.