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Cristóvão dá exemplo. Que outros negros ricos o imitem

Menon

11/08/2015 12h52

O treinado Cristóvão, do Flamengo, queixou-se de conotações racistas nas críticas que sofre. Seu depoimento foi para corroborar a opinião dos comentaristas Mauro Cézar Pereira e José Trajano.

"O Mauro falou sobre isso("perseguição" ao treinador, citando as agressões verbais vistas nas redes sociais), o Trajano falou sobre as conotações racistas e então existem as duas coisas. Existem críticas exacerbadas que, por serem sistemáticas, viraram perseguição. E algumas com conotação racista sim", disse Cristóvão, que discorreu mais sobre os casos de racismo."Começam com as críticas, as críticas insistentes, contínuas e diárias. Então ela vira perseguição e, no conteúdo de algumas dessas críticas, existem componentes racistas sim. Por exemplo, foi citado que o Flamengo, na hora de escolher o treinador, deixou de escolher o Osvaldo de Oliveira para escolher um do Pelourinho", contou.

Provavelmente, Cristóvão está se referindo ao comentarista Renato Maurício do Prado, que se refere a ele como Mourinho do Pelourinho.

É importante que alguém fale sobre racismo no Brasil.

Cristóvão colocou o dedo na ferida e não ficou naquele insosso: "é lamentável que em 2015, ainda falem isso".

Esta é a reação de jogadores ofendidos, à exceção do bravo Aranha.

O lamento basta. É o que se deduz da atitude de jogadores como Elias, do Corinthians, ofendido por Christian González, zagueiro do Danúbio.

Tornou o caso público, denunciou o uruguaio e…não fez nada. É um passo à frente em relação ao passado, mas não basta.

Se negros milionários não forem à Justiça e não exigirem reparação, tudo ficará igual. Para eles, é ruim, mas para o cidadão negro e pobre da favela é muito pior. Ali, o insulto racial vem acompanhado de pancada e pipoco. É bala. É morte.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.