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Edson, um goleiro com 11 dedos, fecha o gol do Vila Nova

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08/09/2015 20h26

Crédito: Reprodução

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Obs  meu amigo Nelson Nunes está ensinando/aprendendo jornalismo no jornal O Popular, em Goiânia. Nesta profissão nunca se aprende apenas, nunca se ensina apenas, a gente trabalha. Ele me chamou a atenção para um grande personagem, o Edson, goleiro do Vila Nova. Conversei com o goleiro e fiz a matéria abaixo. Também publico aqui a matéria de O Popular.

 

O Vila Nova, de Goiás, está fazendo um bom trabalho na Série C. Está em segundo lugar da Grupo A, com 27 pontos em 14 jogos.

O forte é a defesa, que sofreu 8 gols em 14 jogos. A melhor entre os 20 clubes, juntamente com a do Tupi de Juiz de Fora.

O goleiro Edson é o grande nome. Os companheiros o chamam de Muralha.

"Meu forte é a saída de gol. Além disso, sou forte e muito ágil", ele se analisa.

Vive uma boa fase. E ela nada tem a ver com uma característica especial de Edson. Ele sofre de dactilia, uma doença genética que faz com que pessoas tenham mais do que dez dedos.

No caso dele, são 11. Seis na mão esquerda. "Não atrapalha e nem ajuda. É normal. A mão cabe na luva como se fossem cinco dedos", conta.

Quando nasceu, há 30 anos, houve a possibilidade de uma operação que tirasse o dedo. A mãe de Edson não quis. Quando fez 18 anos, o goleiro também recusou.

"O dedo a mais é morto, mas não se sabe qual é. Todo mundo aposta que é o pequenininho, mas seria preciso fazer uma radiografia para decidir. Talvez fosse o outro. E eu não quis saber".

A polidactilia é genética. Quando Cauã, seu filho nasceu, Edson logo fez uma conferência e viu que eram apenas dez dedos. Agora, o ultrassom já mostrou que o novo filho também não tem polidactilia.

"Mas se tivesse eu ia mostrar que não muda nada. Eu, por exemplo, nem ligava quando a criançada me chamava de 'seis dedos'. Trabalhei bastante e conseguiu sucesso. Só penso em ajudar o Vila Nova a voltar para a Série B"

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.