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Osório não é gênio, mas deixa um legado importante no São Paulo

Menon

04/10/2015 00h07

Juan Carlos Osorio, que provavelmente deixará o São Paulo na quarta-feira, deixa um legado muito importante no clube.

1) Mudança de estilo – Com ele, o São Paulo passou a ser um time que trata bem a bola, que cultiva o bom passe e que mantém sempre uma postura ofensiva. Marca no campo do rival, pressiona a bola e com muita rotação impede ataques contínuos ao seu gol. Tud0 o que prometeu em sua chegada ao clube.

2) Dupla de volantes – Ele perdeu Souza e Denílson. Fosse outro se contentaria com Hudson e mais um. Não, ele lançou Breno em uma nova posição e fixou Thiago Mendes, que está sendo o melhor jogador do elenco.

3) Pato na ponta – Pato começou o Paulista como terceira opção de centroavante, atrás de Luís Fabiano e Kardec. Com Osorio, mesmo sendo destro, passou a jogar pelo lado esquerdo do campo. Tem rendido bem mais do que de costume.

4) Improvisações – O lateral esquerdo Carlinhos fez boas partidas como ponta direita. Auro, lateral direito, também. Luís Fabiano, que jogou pouco, mostrou uma postura mais participativa. E, ao contrário de improvisar, fixou Matheus Reis na lateral. Tem dado bom resultado.

5) Dupla de zagueiros – Perdeu Doria e apostou em Rodrigo Caio ao lado de Lucão. É a dupla mais jovem do campeonato e tem mostrado cada vez mais segurança.

Com tanta coisa boa, por que o time não consegue uma continuidade de bons resultados, ou, no mínimo de boas atuações.

São dois os motivos. E apenas um tem a ver com Osorio.

O primeiro é a falta de vontade que o elenco mostra em algumas partidas. Alguns jogadores – Pato é o maior exemplo – entram em alguns jogos como se estivessem em uma cadeira de massagens. Contra a Chapecoense foi assim.

E o grande problema de Osorio, na minha opinião. Ele fica "engessado" dentro de uma filosofia, como se fosse a única coisa possível no futebol. Como se não houvesse outra forma de resolver problemas propostos  pelo adversário.

Sim, cabe ao treinador resolver problemas propostos por treinadores e elencos menos talentosos. Contra o Goiás, foi assim. Com cinco minutos, era possível ver que o jogo seria duríssimo. E que o Goiás atacaria pelo seu lado direito. Nada foi resolvido. E o time levou de 3 a 0. O empate contra a Chapecoense também foi assim. A derrota para o Avaí…

Não foi assim contra o Ceará. Para mim, ali, foi aquela preguiça que às vezes toma conta do time.

Osorio deixa a lembrança e ótimas partidas. Contra o Furacão, apesar do 1 a 0 magro, foi assim. E houve bom futebol nos empates contra Corinthians e Palmeiras. E na derrota contra o Galo.

O São Paulo não pode recuar. Osorio não é gênio mas lhe deu um patamar técnico e um estilo de jogo que deve ser encarado como o piso e não o teto.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.