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Delfim Peixoto: "CBF não tem força para brecar Sul-Minas-Rio"

Menon

22/10/2015 11h30

O advogado catarinense Delfim Peixoto, 74 anos, é o maior pesadelo da atual cúpula da CBF. Como é o vice mais velho, assumirá a entidade, caso Marco Polo del Nero renuncie. E ele, com articulação, conseguiu brecar uma mudança no estatuto, tentada pelo novo presidente, que tentava tirá-lo da linha sucessória.

Embalado pelo sucesso do futebol catarinense – tem quatro equipes na Série A, mais que o Rio – é um dos articuladores da volta da Copa Sul-Minas, que teria o "reforço" de Flamengo e Fluminense. A CBF é contra o campeonato e Delfim menospreza, como se vê na entrevista, toda tentativa de impedir a competição.

A Copa Sul-Minas sai?

Evidentemente que sim. Já está muito bem articulada, A CBF tenta impedir atendendo um pedido do Rubinho, presidente da Federação Carioca, que teme ver o campeonato esvaziado. A CBF nada fez para impedir a Copa do Nordeste e nem a Copa Verde e quer nos atrapalhar? Sabe o motivo? O interesse de Fluminense e Flamengo. Se não tivesse isso, já estaria aprovada. E, se a CBF conseguisse embargar – o que duvido – passaria a ter uma oposição cerrada de 14 clubes.

Qual a vantagem da Sul-Minas em relação ao campeonato catarinense?

É uma comparação que não deve existir. O campeonato catarinense tem dez clubes e vai continuar. Nada vai mudar. Agora, os estados com 14, 16 times vão ver o estadual prejudicado. Nossa ideia é apenas fazer um campeonato a mais, um campeonato agradável e forte para fortalecer o nosso calendário.

E financeiramente?

A Copa é mais rentável, sem dúvida. Nós vamos participar com Avaí, Figueirense e Chapecoense. Vão entrar pelo ranking, e ainda temos uma quarta vaga, que cedemos para o América-MG para evitar um desequilíbrio muito grande.

O que foi feito no futebol brasileiro para enfrentar a crise pós-copa?

Você fala do 7 a 1? Nada. Bem, para não dizer nada, digamos praticamente nada. Veja a seleção como está ruim, veja a organização. Tudo está muito ruim.

O senhor não é benquisto na CBF…

Sim, eu não sou vaquinha de presépio, eu não digo amém ao Marco Polo del Nero. O fato de ele nem poder viajar é terrível. Por causa de tanta coisa errada, o Brasil vai perder uma vaga na Fifa, vai ter uma representação nula depois de tanto tempo. A situação do futebol brasileiro está muito ruim e precisa ser enfrentada

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.