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Renan, Lugano e o retrato de um time sem coração

Menon

30/10/2015 11h00


A Portuguesa foi eliminada pelo Vila Nova e não conseguiu o acesso para a Série B do Brasileiro. Na saída do campo, o capitão Renan tentou, inutilmente, dar uma entrevista. E caiu no choro. Mal conseguiu falar. Balbuciou apenas um lacrimoso pedido de desculpas. Nada mais que isso.

Revelado pelo São Paulo, Renan revelou um sentimento de amor ao clube que anda faltando aos jogadores que hoje vestem a camisa do tricolor. Um sentimento que nasce com o jogador, que vai além do profissionalismo, que traz a ética e o respeito `- à torcida e à instituição – para dentro do campo.

Algo eu nasce com o jogador e que pode crescer com a convivência. Renan, com certeza, aprendeu com Lugano. Como ele mostra nesse vídeo, em entrevista a André Henning, do Esporte Interativo.

Sinceramente, acho que Lugano não é a solução técnica que o São Paulo precisa. Pode até ser titular, mas, não é ele, com 34 anos e a conhecida lentidão que pararia o ataque do Santos. Entretanto, seu aporte poderia fazer com que novos jogadores do clube pudessem entender que profissionalismo não é apenas lutar por bons contratos.

Profissionalismo é entender a dor da derrota. Sofrer com ela da mesma maneira que se fica alegre com uma vitória.

Só é ídolo quem traz consigo, marcada na pele ou guardada no coração, a dor indelével da derrota. A derrota é para fazer chorar. A derrota é companhia para que, no dia seguinte, a vitória venha acompanhada de gritos, urros, olhares amalucados e não com dancinhas e comemorações solitárias.

O São Paulo precisa de jogadores que respeitem o clube. E que sofram com a derrota de uma maneira muito mais intensa do que sofrem – justamente, sem nenhum reparo – com um dia de salário atrasado.

Como o clube precisa recompor o time para 2016 – sem Ceni, Edson Silva, Pato, Luís Fabiano – que esse fator seja levado em conta.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.