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Menon

Vasco, Botafogo e o velho e perigoso clichê

Menon

14/11/2015 13h53

Eu torço para apenas dois times no mundo. A Vila Braga, de Aguaí, e um outro, aqui de São Paulo. Não sou do tipo que abre o jornal ou laptop na segunda feira e fica feliz porque seu time ganhou no Uruguai e, em seguida, fica triste porque seu time perdeu na Nova Zelândia ou em Samoa.

Tenho simpatia por outros times: Independiente, Peñarol, Ferroviária, Portuguesa, Industriales de Havana, Franca Basquete, Remo, Ceará, Sampaio, Olímpia…. E Vasco da Gama.

Sempre gostei do Vasco. Talvez pelo uniforme, talvez por Dinamite… Agora, no final do Brasileiro, estou torcendo muito para o Vasco escapar. Sempre me seduz a luta de quem veio de trás e vai recuperando posições. E o time está jogando muito bem. E é um grande, um time tradicional.

Por ser grande, por ser tradicional e por nunca – que eu saiba – haver recorrido a indecentes tapetões, gostei do acesso do Botafogo. Ah, e o fato de ser comandado por Ricardo Gomes, também. Ricardo merece o sucesso, é um grande exemplo de segunda chance. Sua vida daria um bom filme.

E o que os dois grandes cariocas têm em comum? O velho e perigoso clichê repetido incessantemente pelos jogadores. "Estou feliz porque o XXXX voltou ao lugar de onde nunca deveria ter saído".

Nunca deveria, mas saiu.  O Palmeiras também. O Corinthians também. Se não houver planejamento, se não houver dinheiro, se não houver um olhar mais profissional, vai cair de novo.

O futebol está competitivo e todo grande, se não se comportar como grande, pode cair.

Olhem para a Chapecoense. Quem é mais organizado do que os catarinenses hoje em dia? Salários conectados com a realidade e pagos em dia. O Furacão. A Ponte Preta.

A fila anda. Glórias do passado devem ser louvadas sempre. Mas elas não são passaporte para o futuro. Quem não se mexer, vai continuar ouvindo o velho clichê ser repetido, com uma constância muito maior que o desejado.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.