Rogério Ceni merece o ódio. Não a desconfiança
Já campeão brasileiro, o Corinthians dará volta olímpico no Itaquerão, independentemente do resultado do clássico. É lógico que o torcedor espera uma vitória. E, mais lógico ainda, gostaria de vencer Rogério Ceni pela última vez. E, mais lógico ainda, influenciado pelos sonhos malucos da Fielpress, gostaria de fazer 5 gols, para completar 100, uma ilusória compensação àquele gol em Barueri, contra Júlio César. O centésimo.
Não haverá essa oportunidade. Rogério está contundido. Não pisou no gramado desde a partida contra o Santos na Vila, em 28 de outubro.
O corintiano tem todo o direito de odiar Rogério Ceni. O goleiro é o maior representante de um período de glórias (há quase dez anos) e fez declarações irônicas sobre o Corinthians. Do mesmo modo que são-paulinos amam aquele a quem chamam de Mito, com alguns poucos chegando a cometer a heresia de trata-lo como alguém superior ao próprio clube, o corintiano vê nele o anticristo.
Rogério é controverso, polêmico… Ninguém odeia Denis ou Fernando Prass ou Cássio. Rogério tem seu nome na história do futebol mundial e sua retirada é algo triste para quem gosta do esporte.
O ódio é livre (viva a democracia) e justificado. O ódio e o amor não precisam de explicações. O que o corintiano não pode (ou melhor, não tem embasamento nenhum para afirmar) é que Ceni não ira ao Itaquerão de forma pensada ou por medo de alguma coisa.
Ceni nunca teve medo de nada. Nunca temeu o Corinthians ou nenhum outro time. Sempre foi um profissional correto, alguém que treina muito e se dedica ao clube. É chato para os outros.
O que o corintiano sabe lá no fundo é que Rogério Ceni nunca se recusaria a pular em um pênalti. Seja qual foi o motivo.
O ódio cabe em Rogério, o rival. A desconfiança fica para Felipe, seu próprio goleiro.
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