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Rogério Ceni merece o ódio. Não a desconfiança

Menon

20/11/2015 12h07

Já campeão brasileiro, o Corinthians dará volta olímpico no Itaquerão, independentemente do resultado do clássico. É lógico que o torcedor espera uma vitória. E, mais lógico ainda, gostaria de vencer Rogério Ceni pela última vez. E, mais lógico ainda, influenciado pelos sonhos malucos da Fielpress, gostaria de fazer 5 gols, para completar 100, uma ilusória compensação àquele gol em Barueri, contra Júlio César. O centésimo.

Não haverá essa oportunidade. Rogério está contundido. Não pisou no gramado desde a partida contra o Santos na Vila, em 28 de outubro.

O corintiano tem todo o direito de odiar Rogério Ceni. O goleiro é o maior representante de um período de glórias (há quase dez anos) e fez declarações irônicas sobre o Corinthians. Do mesmo modo que são-paulinos amam aquele a quem chamam de Mito, com alguns poucos chegando a cometer a heresia de trata-lo como alguém superior ao próprio clube, o corintiano vê nele o anticristo.

Rogério é controverso, polêmico… Ninguém odeia Denis ou Fernando Prass ou Cássio. Rogério tem seu nome na história do futebol mundial e sua retirada é algo triste para quem gosta do esporte.

O ódio é livre (viva a democracia) e justificado. O ódio e o amor não precisam de explicações. O que o corintiano não pode (ou melhor, não tem embasamento nenhum para afirmar) é que Ceni não ira ao Itaquerão de forma pensada ou por medo de alguma coisa.

Ceni nunca teve medo de nada. Nunca temeu o Corinthians ou nenhum outro time. Sempre foi um profissional correto, alguém que treina muito e se dedica ao clube. É chato para os outros.

O que o corintiano sabe lá no fundo é que Rogério Ceni nunca se recusaria a pular em um pênalti. Seja qual foi o motivo.

O ódio cabe em Rogério, o rival. A desconfiança fica para Felipe, seu próprio goleiro.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.