O caos, antes da glória. O sorriso, antes do adeus
Eu sou jornalista porque gosto de escrever. E de ler. Mais do que eu gosto de esporte. Ao contrário da grande maioria de meus amigos, eu não comecei a ler com a Placar, apesar de haver comprado o primeiro número. Lia mais O Pasquim e a Veja, que ainda não era o panfleto mentiroso de hoje em dia.
E eu até que escrevo bem, ao contrário de outras coisas que eu gosto e não sei fazer. Pontes, por exemplo. Acho tão bonitas que foi uma das poucas matérias em que passei na primeira vez, lá na Escola de Engenharia de Lins. Kalil, era o professor. A ponte Golden Gate, em San Francisco, é uma maravilha.
Gosto das curvas de Niemeyer, gosto de samba, gosto de grafite, Os Gêmeos são geniais. São coisas que para que não tenho a mínima aptidão. Como fotografia. Constantemente, meu dedão sai nas fotos que tiro.
O que mais me fascina em foto é a capacidade de registrar eternamente um momento. E a informação. Dizem que uma foto vale por mil palavras. Pode ser, desde que tenha informação. Há duas fotos de 2015 que me fascinam.
A do Miguel Schincariol é de maio. O Corinthians, que estava jogando um futebol maravilhoso, começou a decair e foi eliminado da Libertadores pelo Guarani do Paraguai. Miguelzinho não estava no gramado, parece que houve um problema de credenciamento. E, da cabine conseguiu imortalizar o desânimo corintiano e a alegria dos paraguaios.
A impotência, diante da conquista alheia.
E, se havia algo a se explicar, dê uma olhada na placa. La, onde está escrito Paixão Libertadores. Está tudo explicado ali, para quem ainda não havia entendido. Está desenhado.
Não são necessárias mil palavras para mostrar como o futebol traz alegrias e tristezas no mesmo jogo, no mesmo dia, no mesmo estádio, no mesmo lance.
Foi o momento do caos. A partir dali, o Corinthians juntou forças, mesmo perdendo Guerrero, Sheik e Fábio Santos e chegou ao título do Brasileiro.
A segunda foto é mais recente. Está saindo do forno. É do Paulo Pinto, meu companheiro de tantas viagens pelo mundo a serviço da família Mesquita. Ele fotografou Rogério Ceni dando o seu último voo, fazendo sua última defesa. E há um sorriso nos lábios do capitão, como mostrou o trepidante Palenzuela no twitter.
Que o sorriso persista fora do futebol.
Deve haver muitas outras fotos lindas no ano. Estas, são apenas as duas que me seduziram. Só isso, não é um concurso, não é nada. Apenas o meu gosto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.