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Menon

O caos, antes da glória. O sorriso, antes do adeus

Menon

12/12/2015 21h55

Eu sou jornalista porque gosto de escrever. E de ler. Mais do que eu gosto de esporte. Ao contrário da grande maioria de meus amigos, eu não comecei a ler com a Placar, apesar de haver comprado o primeiro número. Lia mais O Pasquim e a Veja, que ainda não era o panfleto mentiroso de hoje em dia.

E eu até que escrevo bem, ao contrário de outras coisas que eu gosto e não sei fazer. Pontes, por exemplo. Acho tão bonitas que foi uma das poucas matérias em que passei na primeira vez, lá na Escola de Engenharia de Lins. Kalil, era o professor. A ponte Golden Gate, em San Francisco, é uma maravilha.

Gosto das curvas de Niemeyer, gosto de samba, gosto de grafite, Os Gêmeos são geniais. São coisas que para que não tenho a mínima aptidão. Como fotografia. Constantemente, meu dedão sai nas fotos que tiro.

O que mais me fascina em foto é a capacidade de registrar eternamente um momento. E a informação. Dizem que uma foto vale por mil palavras. Pode ser, desde que tenha informação. Há duas fotos de 2015 que me fascinam.

Miguel Schinchariol

Miguel Schinchariol

A do Miguel Schincariol é de maio. O Corinthians, que estava jogando um futebol maravilhoso, começou a decair e foi eliminado da Libertadores pelo Guarani do Paraguai. Miguelzinho não estava no gramado, parece que houve um problema de credenciamento. E, da cabine conseguiu imortalizar o desânimo corintiano e a alegria dos paraguaios.

A impotência, diante da conquista alheia.

E, se havia algo a se explicar, dê uma olhada na placa. La, onde está escrito Paixão Libertadores. Está tudo explicado ali, para quem ainda não havia entendido. Está desenhado.

Não são necessárias mil palavras para mostrar como o futebol traz alegrias e tristezas no mesmo jogo, no mesmo dia, no mesmo estádio, no mesmo lance.

Foi o momento do caos. A partir dali, o Corinthians juntou forças, mesmo perdendo Guerrero, Sheik e Fábio Santos e chegou ao título do Brasileiro.

 

A segunda foto é mais recente. Está saindo do forno. É do Paulo Pinto, meu companheiro de tantas viagens pelo mundo a serviço da família Mesquita. Ele fotografou Rogério Ceni dando o seu último voo, fazendo sua última defesa. E há um sorriso nos lábios do capitão, como mostrou o trepidante Palenzuela no twitter.

Paulo Pinto

Paulo Pinto

Que o sorriso persista fora do futebol.

Deve haver muitas outras fotos lindas no ano. Estas, são apenas as duas que me seduziram. Só isso, não é um concurso, não é nada. Apenas o meu gosto.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.