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Neymar, seja corajoso como o Aranha

Menon

02/01/2016 18h50

Toni Freixa, candidato derrotado nas eleições do Barcelona denunciou, pelo twitter que a torcida do Espanyol dirigiu gritos de "macaco" a Neymar durante a partida entre os dois times.

Piqué, companheiro do brasileiro, disse que não se pode culpar toda a torcida, mas exigiu punição aos racistas.

E Neymar?

Não falou nada.

Como sempre.

Pelo menos, agora, não pode repetir o que disse em 2013: "Nunca sofri racismo dentro e fora de campo. Também, não sou preto, né?"

Agora, mesmo se achando um finlandês, já não pode dizer que não sofreu racismo. Como tantos outros companheiros. Nunca se posicionou. Poderia agora, que foi a vítima da vez.

Jogadores vítimas de racismo que não se manifestam, que não vão às últimas consequências, que não protestam, são a semente para que tudo volte a se repetir. Para que a sociedade não mude.

Se Neymar não se manifesta, se Elias não processa o idiota do Danúbio, o que pode fazer um garoto pobre e negro, fã de um dos dois, ao sofrer racismo longe dos holofotes midiáticos.

A voz deles nunca será ouvida. Podem gritar, com cinco mil alto-falantes… Ao contrário de um sussurro de Neymar.

Se todo jogador negro fosse íntegro e comprometido com sua raça como Aranha, o futebol mudaria. E ajudaria o mundo a mudar.

Enquanto não fazem nada, continuaremos ouvindo essas coisas. E outros dirão o velo clichê de sempre: "e lamentável que em pleno 2016 (17, 18, 19, 20, 30, 50….) ainda haja gente com essa atitude".

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.