Cleiton Xavier é o novo Valdivia?
Na segunda-feira, dia 8, fui a Campinas comemorar o aniversário da Marina, Mulher Maravilha. E, mesmo quando o aniversário é feminino, o assunto é futebol. Comandando a churrasqueira, Ricardo e sua filha Bruna, palmeirenses desde o nascimento, comentavam sobre as possíveis escalações do time do coração.
Como são muitos jogadores, são inúmeras opções. Mateus Salles, Tiago Santos, Arouca e Jean, sem contar Gabriel, que está voltando. Me lembrei das aulas de análise combinatória do professor Claúdio Metidieri, há tantas décadas. Se não me engano, são dez opções diferentes. E todas foram citadas ali, entre picanhas e cervejas.
Ricardo quer o ataque formado por Jesus, Erik e Barros, com Dudu na armação e Robinho no banco. Bruna, que é fã de Cristaldo, prefere Dudu no ataque, pela direita. A Mulher Maravilha, a Mana, Passional, Didi e Márcia se dedicavam a outros assuntos.
Bem, só hoje, o dia seguinte é que a ficha caiu. E Cleiton Xavier? Pai e filha, fanáticos, nem se lembraram do nome do meia, homem de confiança de Paulo Nobre, que o contratou para ser aquele que faria Valdivia, o Inominável, ser esquecido.
Me lembrei de uma conversa com o Danilo Lavieri, super trepidante repórter do UOL. Falávamos da diferença entre Valdivia e Cleiton. A primeira é essa, pouco sutil: Valdivia é uma herança amarga que Paulo Nobre recebeu. Não gosta do chileno. Cleiton Xavier não é herança, é aposta do audaz presidente do Palmeiras. Confia muito nele.
E a aposta tem falhado tanto como a herança, principalmente no aspecto físico. Praticamente não joga, fica mais tempo conversando com médicos e fisioterapeutas do que jogando bola. Como Valdivia, com uma diferença. As conversas do chileno não eram amistosas. Havia muito mais cobrança por parte dos profissionais da área médica.
E o mesmo tipo de falha ocasiona reações diferentes da torcida.
Para Valdivia, raiva. Para Xavier, solidariedade.
As causas são conhecidas. Valdivia chegou a dizer que muito de suas ausências eram causadas pela falta de profissionalismo, pela participação mais efetiva na noite paulistana do que nos gramados brasileiros. Cleiton, não. A torcida fica com dó do azarado brasileiro.
E como fica a relação custo/benefício entre eles? Difícil dizer, porque CX praticamente não jogou. Se formos dividir seu custo (salário) por benefício, o resultado será próximo do infinito. É sempre assim quando se divide algo por zero.
Contra Valdivia, pesa o ônus de receber muito mais. Jogou mais, foi mais importante, mas ganha infinitamente mais por não haver contrato de produtividade, prontamente acolhido por Xavier.
Enfim, é uma conta dura. A vantagem de Cleiton Xavier é ganhar bem menos. A vantagem de Valdivia é, ironia, por Xavier jogar bem menos do que ele.
Dois bons jogadores – Valdivia é melhor – esquecidos em um churrasco familiar. O que reflete, pensando em quem cuidava da carne, a média do pensamento da grande família verde.
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