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Fagner, a certeza de Tite

Menon

09/03/2016 06h28

Em 2006, eu era setorista do Corinthians. Havia assumido o posto no Agora, quando Mauro Beting deixou o jornal e foi para o Lance! Vitor Guedes, que era o setorista, passou a ter uma coluna e eu, que havia deixado o Jornal da Tarde, consegui um novo emprego.

No final do ano, Leão lançou o garoto Fagner, com 17 anos, no Ceará, contra o Fortaleza. O time venceu por 4 a 0. Pedi várias vezes por uma entrevista e nada, Depois de 7 partidas, o contrato terminou e ele foi para a Holanda.

Isso me marcou muito. Sempre pensei no absurdo da situação. Um clube que perde um garoto de 17 anos. Assessores  de imprensa impedirem um garoto de 17 anos que faz sucesso em um gigante do futebol mundial ser impedido de falar para sua torcida, de ser apresentado aos fiéis torcedores. E empresários que impedem um garoto de 17 anos de ser ídolo, em troca de dinheiro do PSV.

Oportunidades perdidas

Ele esteve no Wolfsburg, esteve no Vasco e voltou ao Corinthians em 2014. Veio substituir Alessandro, sempre regular, que havia se aposentado.

E Fagner se firmou como um dos mais regulares jogadores do time. Os números mostram isso:

2014 – 54 jogos – 2 gols – 4 assistências

2015 – 51 jogos – 2 gols – 4 assistências

2016 – 11 jogos – 1 assistência

Ele se destaca nos desarmes. Em 2014, foi o melhor do time no Brasileiro, com 81,69% de acertos. Em 2015, foi o terceiro, com 82,4% de acertos.

São números que se chocam com o estilo inicial, quando atacava muito mais. Mano Menezes, que havia pedido sua contratação, começou a evangelização para que guardasse mais a posição.

A mudança ocasionou o fim da críticas. No final do ano, fez um contrato de 4 anos. Com Tite, melhorou ainda mais na marcação e passou a usar seu poder de explosão no momento exato. Velocidade na transição e bons passes. Foi ajudado por Silvinho, ex lateral do clube e do Barcelona, que era auxiliar e se encarregava de treinar laterais.

Hoje, o jogo é no Paraguai. Se o torcedor teme alguma coisa, não é pela direita de sua defesa.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.