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Torcida do São Paulo atrapalha mais do que ajuda

Menon

15/03/2016 16h40

Ausente dos estádios e estridente nas redes sociais, a torcida do São Paulo tem sido um peso para o time. No Pacaembu, são 3 mil desanimados – 14 mil em um clássico contra o Palmeiras – e no computador, milhares de cornetas. O resultado de tão bizarra preferência é um time abandonado no campo e perseguido virtualmente. E montanha abaixo.

As desculpas para ausência são o preço caro e a má fase do time. A primeira até se justifica. O sócio torcedor paga mais do que um membro da organizada. Quanto à má fase, está ai um paradoxo. Time fraco é que precisa de apoio. Se a torcida não vai, o time fica mais fraco ainda. A torcida deveria ir ao estádio e ajudar o time a crescer e não esperar o time crescer para ir ao estádio.

A comparação com as torcidas do Palmeiras e do Corinthians – falando-se em comparecimento – é vexaminosa. Nem no jogo contra o Strongest lotou o Pacaembu. Pelo menos 4 mil lugares ficaram vazios.

A perseguição a alguns jogadores é terrível. Vejamos alguns casos.

1) Maicon – O volante de bom passe, bom chute de meia distância e uma lentidão exagerada caberia no atual elenco. Poderia participar como titular ou reserva. Foi para o Grêmio após sessões contínuas de vaia.

2) Michel Bastos – Jogador versátil, com bom chute, é perseguido desde que mandou a torcida calar a boca. A torcida é uma entidade que não aceita críticas e nem respostas. Pode vaiar, pode apitar, pode ofender. Não pode receber um gesto com o dedo sobre os lábios. Michel não vai continuar e pode ser trocado por Alex, do Inter.

3) Denis – Este é o caso mais bizarro. Denis foi perseguido porque sua mulher ousou cornetar Rogério Ceni. Sua mulher, não ele. Denis se humilhou. Pediu desculpas em público. Eu nunca faria isso. Diria que ela é minha mulher e que eu não tenho nada com o que ela posta no twitter. Não adiantou. Até hoje, a cada erro, é lembrado pelo que a mulher escreveu.

4) Auro e Lucão – A torcida adora pedir jogadores da base. Quando falham – e falharam feio – não têm comiseração. As contas de twitter dos dois foram invadidas com ofensas. Auro está no Linense. Lucão continua no clube.

5) Rodrigo Caio – Jogador jovem, com 22 anos, mercado internacional, foi menosprezado por um aspone do presidente Leco. E Leco não tomou atitude contra seu assessor.

6) Centurión – O argentino reconhece que anda mal e pede que os torcedores não relacionem isso com a saúde de sua noiva. Diz que é falta de respeito.

7) Casemiro – Vaiado aqui e aplaudido pela torcida do Real Madrid

O São Paulo começa uma série de quatro partidas que irá definir seu futuro na Libertadores. Possivelmente precisa ganhar todas. Terá mais sossego e tranquilidade na Venezuela e em La Paz do que atuando em casa.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.