Cruyff, o craque total, sai de cena
Quando li sobre a morte de Johan Cruyff, vencido por um câncer mais pegajoso que a marcação de Hans Hubert Berti Vogts na final da Copa de 1974, me lembrei de um texto do alemão Bertolt Brecht, apropriado aos dias de hoje;
"Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis."
O futebol, como a vida é assim:
Tem os que são o melhor do mundo, por um ano. Kaká
Tem os que não ganham o prêmio de melhor do mundo, o que deixa o prêmio menor: Chaplin não ganhou o Oscar. Garrincha, outro genial vagabundo, também não.
Tem os que são os melhores do mudo por uma época e não por um ano. Di Stefano, Maradona, Messi.
Tem os que são os melhores do mundo por um século: Pelé
E tem aqueles que transformam o futebol. Subvertem suas regras, seus cânones, destroem seus limites, ampliam suas possibilidades, espalham genialidade e também suor por todo o campo, deixam, enfim, um legado imenso.
Cruyff foi assim. O craque total.
Tão além do tempo que é uma falácia dizer que houve um futebol pré Cruyff e pós Cruyff. Um antes e depois. Não. Ninguém conseguiu manter a evolução. Basta ver o título da Argentina na copa de 78. E basta lamentar outra derrota da genialidade, em 82.
Cruyff não foi o melhor de todos os tempos. Mas eu acho que é possível haver um novo Pelé, um novo Di Stefano – olha o Maradona aí – um novo Maradona – olha o Messi aí – um novo Eusébio – olha o Cristiano Ronaldo aí – mas não haverá um novo Cruyff.
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