Topo

Menon

Cruyff, o craque total, sai de cena

Menon

24/03/2016 10h48

cruyffQuando li sobre a morte de Johan Cruyff, vencido por um câncer mais pegajoso que a marcação de Hans Hubert Berti Vogts na final da Copa de 1974, me lembrei de um texto do alemão Bertolt Brecht, apropriado aos dias de hoje;

"Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis."

O futebol, como a vida é assim:

Tem os que são o melhor do mundo, por um ano. Kaká

Tem os que não ganham o prêmio de melhor do mundo, o que deixa o prêmio menor: Chaplin não ganhou o Oscar. Garrincha, outro genial vagabundo, também não.

Tem os que são os melhores do mudo por uma época e não por um ano. Di Stefano, Maradona, Messi.

Tem os que são os melhores do mundo por um século: Pelé

E tem aqueles que transformam o futebol. Subvertem suas regras, seus cânones, destroem seus limites, ampliam suas possibilidades, espalham genialidade e também suor por todo o campo, deixam, enfim, um legado imenso.

Cruyff foi assim. O craque total.

Tão além do tempo que é uma falácia dizer que houve um futebol pré Cruyff e pós Cruyff. Um antes e depois. Não. Ninguém conseguiu manter a evolução. Basta ver o título da Argentina na copa de 78. E basta lamentar outra derrota da genialidade, em 82.

Cruyff não foi o melhor de todos os tempos. Mas eu acho que é possível haver um novo Pelé, um novo Di Stefano – olha o Maradona aí – um novo Maradona – olha o Messi aí – um novo Eusébio – olha o Cristiano Ronaldo aí – mas não haverá um novo Cruyff.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.