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Menon

Alma, pé forte, Calleri e Hélio Rubens

Menon

14/04/2016 00h09

O espaço do cara que está com a bola tem de ser diminuído. Não pode pensar, não pode arremessar, e, se arremessar tem de ser em más condições. Meu marcador tem de estar com o corpo preparado, a mão precisa estar perto do rosto do rival, não pode dar moleza para o jump.

O São Paulo que venceu o River me fazia lembrar a entrevista que fiz há alguns anos com Hélio Rubens, então treinador de Franca. Ele explicava a importância da defesa no basquete e como espaço deve ser negado sempre ao rival. Negado com a mesma força com que um homem digno recusa suborno.

Foi comum ver o que não se via há um certo tempo. Jogadores do River eram vítimas de marcação dupla e até tripla. Barovero foi pressionado algumas vezes. O time jogou com suor, com alma e com pé forte em divididas. Jogou como se fosse uma final. E era uma final.

Os destaques foram Ganso e Calleri. Ganso foi o Patrão. Marcou bastante e passou bem, deixou vários colegas em condição de marcar. Kardec e Centurión erraram feio.

Calleri é um jogador dos velhos tempos. Centroavante com muita raça, disputa todas as jogadas, cabeceia bem e não comemora gols com dancinhas. Só falta chuteira preta. Aprontou uma briga com Vangioni que terminou com a expulsão do bom lateral.

O São Paulo poderia ter goleado. Teve dois problemas: a falha de Denis no primeiro gol. E houve outra falha no finalzinho. Sai do gol como quem caça borboletas. E a expulsão de Schmidt. O primeiro amarelo foi exagerado. O segundo, foi um erro dele. Pendurado, não deveria ter feito a segunda falta.

Taticamente, o que me impressionou foi que, uma vez mais, já não há distância muito grande entre os três atacantes. Há pouco, era Centurión estático, um centroavante e Bastos estático. Agora, não. Há bastante movimentação, mais velocidade e troca de passes.

Falta um empate para a classificação. Uma classificação que parecia uma quimera após os dois primeiros jogos, derrota e empate.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.