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Palmeirenses são cassados. Direito de ir e vir não existe mais em São Paulo

Menon

18/04/2016 23h46

A praça é do povo, a lua é dos namorados e a Vila é do Santos. Torcedores palmeirenses não poderão ver a decisão entre os dois times por uma vaga na semifinal do Paulistão. Poderia ser um grande jogo no Pacaembu lotado, relembrando as decisões do ano passado, com muito dinheiro para os dois lados. Não, vai ser na pequena Vila, apenas para uma torcida.

Sim, o palmeirense é a primeira vítima da falência da segurança pública em São Paulo. Como não conseguem resolver um problema crônico, optam pelo viés ditatorial: torcida única e pronto. O palmeirense que está encantado com a reação do time, que aplaudiu até a eliminação na Libertadores,  que acredita em Jesus e Alecsandro, terá de sentar no sofá de casa, comer o macarrão da mamma e pagar para ver.

E assim, vai o querido menino futebol se transformando cada vez mais. Um espetáculo televisivo, inócuo, insípido, inodoro, chato para parábola. A bem da verdade, Paulo Nobre adora essa solução.

E como o Palmeiras chegou? Com tranquilidade, um gol do velho artilheiro Alecsandro e outro do jovem artilheiro Jesus. Sem complicação, apesar do friozinho na barriga que todo torcedor sentiu quando o jogo estava 1 a 0 se encaminhava para o final e o segundo gol não saía. Sensação comum nesses casos, aquele medo da zebra, que, nesse caso, não veio.

Santos e Palmeiras têm tudo para fazer um grande jogo. Há a rivalidade, há ainda a lembrança das provocações da Copa do Brasil, há bons jogadores – talvez a dupla de ataque da seleção olímpica – e é pena que tudo se transforme, por conta de promotores que adoram um holofote e de um secretário de segurança que tenta pavimentar sua candidatura a governador,  em apenas um programa a mais na grade da RGT. Um golpe a mais no futebol brasileiro.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.