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Dunga acerta com David Luiz, tio do pavê, e Ganso, garoto da sinuca

Menon

02/05/2016 10h53

Na quinta-feira, Dunga dará a lista definitiva dos 23 jogadores que estarão na Copa América dos EUA, comemorativa dos 100 anos dungada mais antiga competição entre seleções do mundo. Ganso pode estar na lista, apesar da concorrência com Renato Augusto, Willian, Oscar, Kaká, Philippe Coutinho, Felipe  Anderson e Lucas Lima. Esteja ou não, Dunga acertou. Mostrou estar atento à evolução do meia do São Paulo, longe da seleção desde 2012.

A evolução de Ganso não passa pelo aumento de passes preciosos que ele dá por jogo. Passes que fazem a bola deslizar pela grama como outra bola – menor e muito mais dura – passeia preguiçosa pelo feltro da mesa de sinuca. Não é o fato de nos lembrar de forma mais amiúde daqueles craques do passado que jogavam de fraque, cartola e chuteira preta que o deixaram às portas de uma nova chance na mais vitoriosa de todas seleções.

Ganso tem deixado de ser o genial preguiçoso. Não vive mais de passes geniais que, aliás, nunca deixaram de existir. Ele tem aumentado seu repertório. Não é mais o tipo que toca e fica plantado, como sequoia. O Ganso que Dunga está chamando é aquele novo, que passa e corre para receber. Que não espera o deslocamento dos outros. É o cara que se desloca também, que dá ritmo ao time, que joga vertical, como antes, mas também de fora horizontal. Faz a bola rodar. E faz gols. Em três meses, marcou seis, o dobro do que assinalou em 2015.

mestreSerá o Mestre? Vai resolver tudo? Antes, precisa estar na lista dos 23. Mas o fato de ser chamado agora, de estar entre os 40 mostra que Dunga está atento e aberto a novas possibilidades.

Quem não estará na Copa América é David Luiz. Não está nem entre os 40

David Luiz, o zagueiro feliz.

Acabou a graça. A careta que mostrava um bom rapaz se transformou naquele momento constrangedor felizdas festas natalinas, quando o tiozão, que já exagerou na Sidra Cereser , posta-se diante da sobremesa e pergunta se é pavê ou pacomê,

David Luiz é protagonista de um dos lances mais grotescos de um zagueiro em Copa do Mundo. A bola ia para fora e ele cabeceou de volta ao campo, para dentro da área, pedindo me chuta, me chuta para o holandês. Além disso, não guarda posição. Sai para caçar atacantes e volta tosquiado, principalmente quando topa com um certo Luis Suárez. Veste a camisa de super homem e vai para a ponta esquerda, para a meia, para a ponta, para todo lugar onde não deveria estar.

dengosoQuando assumiu a seleção, após o desastre filipônico, Dunga poderia fazer o que quisesse. Toda mudança seria aceita. Preferiu começar a reconstrução mantendo David Luiz, o Feliz, e Thiago Silva, o Dengoso. Capitão que não capitaneia, uma manteiga derretida. Demorou um ano para se livrar de Thiago, após um pênalti absurdo na Copa América. Agora, mais um ano, se lira do marqueteiro da bola.

Tempo perdido, Dunga.

Poderia ter testado mais gente, ter dado oportunidade a muita gente. Se não desse certo, poderia, então, dar uma nova chance à dupla que fracassou feio na Copa do Mundo.

O problema é grave na zaga do Brasil. Dunga convocou Gil, Miranda e Marquinhos. Gil mostrou bom trabalho no Corinthians, mas joga na China. Nada de preconceito, mas realmente a China é um centro periférico do futebol mundial. Ele enfrenta atacantes que não estão no mesmo nível dos grandes jogadores do futebol mundial. O baque de se ver frente a frente com Suáres, Ibra, CR7 depois de humilhar Zhizao é muito grande. Um desnível enorme.

Miranda não vive seu melhor momento. Simenone, o mago da defesa, abriu mão dele para ficar com Josema Gimenez, o garoto zangadouruguaio de 21 anos. Gabriel Paulista e Marquinhos são apostas ainda.

É, Dunga, você demorou para se virar.

Agora, não adianta ficar zangado.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.