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Libertadores? Quem derrubou Aguirre foi Givanildo

Menon

20/05/2016 11h24

Seria uma injustiça muito grande demitir Diego Aguirre por ficar fora da Libertadores após dois jogos contra o São Paulo, uma série que terminou rigorosamente empatada, com dois gols para cada lado. Valeu o gol fora de casa. Foi o que houve com o próprio tricolor paulista em 2010, quando Ricardo Gomes perdeu o emprego depois da queda contra o Inter. Juvenal apostou em Baresi e uma sucessão de equívocos.

Aguirre caiu por haver perdido a final do Mineiro para o América, dirigido por Givanildo Jose de Oliveira, um habilidoso volante dos anos 70. Se o resultado fosse outro, continuaria para o Brasileiro. Ele cometeu o mesmo erro que fizera no Inter, quando colocou todo o foco na Libertadores e escalou o time reserva para o campeonato nacional. Quando perdeu um, o outro estava perdido também.

Besteira dizer que campeonato regional é secundário. Basta uma derrota e lá está o treinador na berlinda. E eu acho correto. Se o treinador dirige Inter, Grêmio, Galo ou Cruzeiro, só se aceita derrota na final contra os rivais eternos. Pode-se fazer uma exceção quando aparece um time forte, com proposta nova. O Audax, por exemplo. Mesmo assim, é discutível. Perder o Paulista para o Ituano, no meu modo de entender, é imperdoável.

O treinador ganha muito. Tem um elenco que ganha muito. Perde para um pequeno e a desculpa de que houve pouco tempo para treinar é  muito questionável. Dizer que cinco meses é pouco para Aguirre ou qualquer outro treinador, é muita condescendência. É preciso colocar muita coisa na balança e me parece difícil ver alguma atenuante nesse caso.

Em um país em que os trabalhadores veem, assustados, seus direitos de décadas sendo questionados, é superficial chorar por quem não soube honrar o salário nababesco que recebe. E que receberá uma boa multa.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.