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Messi só quer ser amado. Cuca leve, Prof Girafales e Picadinho do Menon

Menon

18/06/2016 23h16

Dificilmente se vê, no mundo globalizado de hoje, uma seleção sem naturalizados. O desconhecido brasileiro Eder fez o gol salvador para a Itália. Aliás, naturalização não vem de hoje, em se tratando de Itália. Monti, Ghiggia, Niginho e tantos outros sudacas viraram italianos. Sou contra, mas este não é o assunto. Quero falar do garoto que tinha tudo para se naturalizar e não aceitou.

messigarotoLionel Messi, o rosarino. Desde os 13 anos no Barcelona. O clube lhe pagou um tratamento físico que nenhum time argentino aceitou ou pôde pagar. A família foi morar com ele na Espanha. Desde antes de marcar seu primeiro de seis 453 gols pelo Barcelona, aos 17 anos,  em 16/10/04, contra o Espanyol já recebia convites de naturalização.  Era mais conhecido na Espanha do que na Argentina. E disse não.

Quem recusou ser espanhol merecia ser mais amado pelos argentinos. Messi deve pensar nisso. Culé, nunca jogou por um grande argentino. Introspectivo, não é midiático como Diego Armando. E não adianta ser o artilheiro histórico – falta apenas um gol para deixar Batistuta para trás. Falta um título. Pelo menos, um. Foi vice em 2014, contra a Alemanha. Foi vice, em 2015, contra o Chile.

Agora, na semana em que completa 29 anos, deve sonhar – e muito – com o título da Copa América. Ainda há que vencer os EUA e depois a final, mas Messi não quer ser mais vice. Quer ser amado, o que é mais difícil que um título. Talvez dentro de uma semana possamos ver um Messi mais risonho, mais solto, sem barba ruiva. Um Messi destravado e amado pelo povo que não vê sua seleção ganhar nada há 23 anos e que está na frente da televisão vendo Messi e também Maradona na retrospectiva dos 30 anos do título de 1986.

Conturbado deve estar Seija. Difícil entender o que pensa um jogador assim. Ele é venezuelano e defende sua seleção, totalmente virgem em matéria de títulos. O time está fazendo um grande jogo contra a Argentina, comandada pelo melhor do mundo. A zaga entrega um gol. E praticamente no último minuto do primeiro tempo, aparece a chance. Um pênalti. Um gol que dará um novo gás para o segundo tempo, que dará esperança.

Ele olha para Romero. E o que ele pensa? Em Djalminha? Zidane? Loco Abreu? E tome cavadinha. E Seija, que sonhou ser igualado aos grandes craques da cavadinha tornou-se um Alexandre Pato venezuelano.

picadinho

1) CUCA ESTÁ MONTANDO UM PALMEIRAS que pode marcar época. Bem, deixemos de sonhos, nenhum time marca época mais. Basta uma boa temporada e lá se vão todos os jogadores. Mas que o time está jogando bonito, não resta dúvida. Ele escalou Cleiton Xavier, Dudu, Roger Guedes e Gabriel Jesus e o que se viu foi um grande domínio do Palmeiras, com muitos toques e velocidade. O Santa Cruz é um time bem treinado e se postou atrás, com linhas compactadas, apostando em um contra-ataque. Mas Grafite e Keno não ajudaram no primeiro combate, o que permitiu a constante projeção de Tchê Tchê e Moisés. Assim, o sufoco foi grande e vieram os dois gols. No segundo tempo, o Santa mudou e apostou no ataque. Fez o primeiro, levou o terceiro e ameaçou duas vezes. Foi um bom jogo, com domínio do Palmeiras no primeiro tempo e equilíbrio no segundo. Mas o líder é que pode sonhar alto.

2) CRISTÓVÃO BORGES É O TÉCNICO QUE TODO jornalista gosta de entrevistar e incentivar. Educado, culto e negro, abrindo espaço em um país mestiço com professores majoritariamente brancos. Todos sonham com seu sucesso. E ele, teimosamente, desafia nossos desejos e anseios. A verdade é que Cristóvão, com passagens por Vasco, Fluminense, Botafogo, Bahia e Furação não tem, em cinco anos, um currículo constante para apresentar. Foi vice brasileiro com o Vasco, algo a se comemorar, mas sempre dá a impressão de que falta algo. Pode estourar no Corinthians, mas pode – o que é mais provável – sair deixando aquela sensação de que faltou alguma coisa. Tinha tudo para dar certo e não deu

Professor_Girafales3) EUA ESTÃO NA SEMIFINAL DA COPA AMÉRICA, Equador é segundo nas Eliminatórias, Islândia empata com Portugal, Venezuela empata com Uruguai….Todo mundo melhora, menos o Brasil. É lógico que a ciência e o intercâmbio fazem com que as distâncias diminuam, mas o Brasil precisa ajudar tanto? Precisa andar para trás? Os que melhoraram têm jogadores melhores que os nossos? Para mim, a resposta está nos professores. Os nossos, com poucas exceções, são como o professor Girafales, que não consegue ensinar nada aos garotos. Ou como nosso professor Raimundo. No caso, a culpa é dos alunos.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.