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Menon

Pelé, Maradona, Messi e Michel Temer. Duas faces da mesma moeda

Menon

22/06/2016 10h39

messimaradonaQuando ouvir alguém dizer que é bom ficar velho, não acredite. É tudo mentira. Deslavada mentira. Homérica mentira. Enganação.

Mas tem o futebol para nos dar um alívio. Se não fosse velho, eu…

Não teria visto Pelé e Garrincha jogarem. Bem, Garrincha eu não vi. E Pelé, vi pouco. Mas o Fiori Gigliotti me contou. Pelas ondas do rádio, na praça de Aguaí era triste ouvir Pelé destruindo meu time. Depois, à noite, ou na segunda, na TV Cultura, eu o perdoava. Era bom demais ver aqueles gols.

Não teria visto, já na televisão, o duelo entre Cruyff e Beckenbauer. Na verdade, era Vogts o encarregado da marcação, mas os comandantes de Alemanha e Holanda eram mesmo o Kaiser e o 14 que não parava em campo.

Não teria vibrado tanto com Mario Kempes, atacante excepcional.

Não teria chorado tanto com a derrota de Telê, Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico. Se aquele time tivesse vencido, o futebol mudaria para melhor. Muito melhor. A presença de um volante pitbull teria sido colocada sob suspeita há muito tempo.

Não teria visto Diego Armando Maradona maravilhar o mundo. Com o mais belo gol de todos os tempos. Uma vez eu o vi jogar no Morumbi, contra o São Paulo. Já estava decadente.

Não teria visto o francês careca destruir o Brasil, na Alemanha. A maior partida individual que já vi. Deu vontade de aplaudir.

Não teria visto Ronaldo, Romário e Rivaldo…

Já estava feliz da vida, mas em 2006 eu vi o pequeno Messi entrar durante alguns jogos. Vi seu gol contra a Sérvia. E vi o que todos vocês viram. O surgimento do terceiro grande craque dos últimos 60 anos.

A tríade Pelé-Maradona-Messi é um luxo. É uma compensação por ser velho. Os que já morreram, não viram Messi. Os mais novos não viram Pelé. Eu estava no momento certo e na hora certa. Dei muita sorte.

Nunca esperei ver um jogador como Messi, capaz de rivalizar com Maradona e Pelé.

E também nunca esperei ver meu país governado novamente por um ilegítimo presidente, fruto de um golpe jurídico. Pensei que minha alegria havia terminado com Maradona. Pensei que minha tristeza havia terminado com Figueiredo, o mais ridículo dos trogloditas de farda que nos governaram a ferro e fogo.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.