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São Paulo está pendurado na Libertadores. Basta?

Menon

03/07/2016 18h49

Ilustração de LUCAS CEJAS

Ilustração de LUCAS CEJAS

Se você conversa com um torcedor do São Paulo e:

1) Diz que o time perdeu 14 partidas em 41 jogadas.

2) Que o time fez apenas 50 jogos em 41 partidas

3) Que o time dificilmente ganha duas seguidas

4) Que um filho dele quebrou a perna

5) Que vai chover

A resposta é a mesma:

Estamos na Libertadores. O único brasileiro.

Realmente, é um feito extraordinário e inquestionável.

Está à frente do Corinthians treinado por Tite, que foi para a seleção

Está à frente do Galo, de badalado elenco.

Está à frente do milionário Palmeiras

Está à frente do Grêmio, do endeusado Roger

E o São Paulo pode ir ainda mais longe. O Morumbi está pronto para fazer a diferença na quarta, contra os colombianos.

Basta?

Não basta.

Ou, pelo menos, não era esse o planejamento de Gustavo Oliveira.

Conversei com ele após a sexta rodada, uma vitória fora de casa contra o Cruzeiro.

Ele me disse que seria péssimo o São Paulo chegar no jogo contra o Nacional, muito atrás dos líderes.

Dois motivos:

1) Colocaria uma pressão muito grande na Libertadores.

2) Caso ocorresse uma eliminação, o time estaria muito mal no Brasileiro, sem poder sonhar com o título.

Então, caso o Palmeiras vença hoje, na conclusão da 13ª rodada, o São Paulo estará dez pontos atrás.

Há justificativas: o elenco é curto, houve contusões, houve erros de arbitragem – Vinícius Furlan foi mal em Campinas – mas há outros erros que deveriam ter sido corrigidos.

A falta de gols, por exemplo. OK, Kardec entrou em uma fase muito ruim, houve um período com muitos pênaltis errados, houve contusões, mas….

No Paulista, foram 16 jogos e 18 gols.

No Brasileiro, foram 13 jogos e 12 gols.

Menos de um gol por jogo.

E na Libertadores? Foram 12 jogos e 20 gols. Uma média regular, inflada pelas goleadas por 6 no Trujillanos e 4 no Toluca. Sem elas, seriam 10 jogos e 10 gols. Nada que tire o mérito da goleada, nada que empane o brilho daqueles jogos, mas os números estão aí, piscando em luz neon.

O São Paulo precisa melhorar.

Bauza, que é bom treinador, precisa resolver esse problemas. Sim, amigos, os técnicos são pagos para resolver problemas também. Principalmente, eu diria.

Se não melhorar, pode ser campeão da Libertadores. Sim.

Pode ser campeão do Brasileiro? Com essa média atual de gols, não.

Precisa melhorar. Ou, com uma eliminação na Libertadores – o que pode ocorrer – não haverá mais o que dizer.

Haverá – e já há – a necessidade de reforçar o time.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.