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Atleta brasileiro não é herói. É egoísta

Menon

24/08/2016 16h24

O conceito de herói sempre esteve ligado às conquistas olímpicas de brasileiros. Pessoas pobres que superaram muitas dificuldades e conseguiram vitórias inolvidáveis. Há tempos não é mais assim. Ainda há medalhistas que superaram dificuldades enormes e cujas medalhas são uma tremenda banana à lei das probabilidades. Gente como Rafaela Silva, Robson Conceição, Isaquias Queiroz e outros saíram sim do gueto, da miséria e chegaram ao sucesso. Mas tiveram muita ajuda.

Nos últimos dez anos, o atleta brasileiro passou a receber um bom dinheiro. Tem bolsa-pódio, bolsa-atleta, programa segundo tempo, patrocínios pessoais etc. Um atleta olímpico desse nível ganha, antes da medalha, algo em torno de R$ 20 mil mensais. A vida deles mudou. Há ainda os R$ 3 mil e pouco das Forças Armadas. A única ajuda que eles reverenciam e agradecem. Quanto às outras, geralmente há um silêncio.

A política governamental foi apoiar quem tivesse condições de ganhar medalhas. Pouco foi feito para que se tivesse um legado, uma base, uma massificação. Foi construído um centro paraolímpico, um outro de ginástica. Pouco, muito pouco. Agora, com um novo governo, a política deve mudar. Não vão apoiar a base. E nem os atletas de ponta.

Ninguém vai reclamar. Não há uma união. Não há organização. As tentativas falham miseravelmente, como o movimento Bom Senso. Falham por falta de adesão. Por que os atletas não se organizam para pedir a manutenção dos programas de incentivo? Ou, ainda melhor, para que se apoie a base, para que se massifique o esporte?

Não vão fazer nada. Pensam só no individual.

Um exemplo é o Bolsa-Atleta. Leandrinho, que ganha R$ 800 mil por mês na NBA recebria R$ 3 mil do governo federal. Raulzinho e Sheilla também. São dados do grande Daniel Brito em seu blog fundamental www.blogdobrito.blogosfera.uol.com.br

É um dinheiro desnecessário, é uma vergonha receber isso. Talvez esses atletas sejam contra o Bolsa Família.

Não se sabe o que vai acontecer no próximo ciclo. O que sei é que os atletas não estão preparados para aplaudir ou enfrentar o que virá e como isso impactará na sua vida pessoal, profissional ou no esporte brasileiro.

Poucos se importam. Continuarão olhando para seu umbigo. Nunca darão uma contribuição para o aprimoramento de uma política esportiva brasileira.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.