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"Virei um zumbi", diz a mulher de André Tavares, corintiano preso no Rio

Menon

26/10/2016 19h48

"Meu nome é Ana Cristina, tenho 43 anos e sou funcionária pública do Estado, em Santo André. Desde domingo, minha vida se transformou, virou um inferno. Eu me transformei em um zumbi, não como, não durmo, só choro e rezo. Não consigo me conformar com a situação do meu marido, preso injustamente no Rio. Ele tem provas de que estava fora do Maracanã quando houve briga entre as duas torcidas.

ANACRISTINAMeu marido é o André Tavares, que tem 39 anos. Ele foi para o Rio junto com meu filho, Maurício que tem 27 anos. Eles foram de carro para realizar vários sonhos, conhecer o Rio, conhecer o Maracanã e ver o Corinthians contra o Flamengo. Deixaram o carro e um shopping e tiraram fotos em frente do Maracanã e também no Metrô. O horário das fotos prova que eles estavam fora do estádio na hora da briga. Arrumamos um advogado que  mostrou essas provas na audiência na terça-feira e não forram levadas em conta.

Eu estava vendo o jogo. Quando vi a briga, fiquei um pouco preocupada. Só um pouco porque conheço meu marido e meu filho. Eles não são de torcidas organizadas, não são de briga. Mais tarde, lá pelas nove horas, meu filho me ligou e disse que a revista dos torcedores estava demorando muito. Falei para ele não se preocupar porque é assim mesmo. Mais tarde, ele ligou para dizer que o André estava preso. Fiquei desesperada, sem saber o que fazer.

E na mesma hora tive de resolver problemas. Meu filho é diabético e a insulina estava dentro do carro. E a chave do carro ficou com o André. Ele não tinha onde ficar. Mandei procurar um hotel. Paguei com meu cartão de crédito. E a insulina também. Estava desesperada, sem saber como fazer mais nada.

Os amigos do André se movimentaram. Fizeram uma vaquinha e conseguiram um advogado no Rio. O meu filho ficou la na segunda-feira, tentando ajudar e depois voltou para São Paulo de ônibus. Agora, estou só esperando. Minhas colegas de trabalho rezam comigo. Eu tenho uma revolta muito grande só de imaginar o que um homem de bem pode passar na prisão. Que Deus ajude minha família.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.