Paulo Nobre traiu a torcida do Palmeiras
Em Porto Alegre, três amigos se juntaram na manhã do ENEM em uma praça em frente à uma escola. Com cadeiras de praia, bermudas e cerveja, ficaram "de camarote" vendo o sofrimento dos alunos que chegam atrasados à prova. Um ato tão mesquinho que me fez vacilar na convicção de que o brasileiro é o melhor do Brasil. Me abalou por instantes, logo me convenci que gente assim é minoria e que existe no mundo todo;
O melhor do futebol brasileiro é o torcedor. Vivemos em um futebol sem leis, com promotores midiáticos sempre prontos a aparecer, com árbitros arrogantes e prepotentes, sempre prontos a fazer valer a "otoridade", temos dirigentes que tem o nível do futebol do Sudão do Sul, temos desrespeito às leis, como o que se viu no jogo do Santos contra a Ponte. "Se não existe Deus, tudo é permitido", disse Fiodor Dostoievski. É o que vivemos no Brasil. Se a eleição não é válida, tudo é permitido.
O oxigênio vem do torcedor. A magnífica campanha do "cheirinho" em que a torcida do Flamengo embalou o sonho de recuperação rumo ao título que não veio, o acolhimento da torcida do São Paulo, lotando o Morumbi para salvar um time horrível de um vexame inédito…
Há outros exemplos, mas nada como as demonstrações explícitas de amor que a torcida do Palmeiras tem dado. Um amor que não cabe no seu estádio e se espalha pelas ruas. Principalmente na Palestra Itália. Ali, é o palco da comunhão, da integração, do amor. Quem não é Avanti, quem não tem como ir ao templo, fica de fora gritando o seu amor. Não existe religião no mundo com uma prova de amor tão grande.
Estes torcedores do Palmeiras sofrem atroz perseguição de quem não gosta de futebol. E de quem não gosta de povo. Tem uma
Maria Antonieta – nome mais apropriado impossível – que não quer festa porque atrapalha os moradores do bairro. Não quer shows. Não quer povo. Ela se esquece que o Palmeiras e o amor do palmeirense estão lá há muito mais tempo do que julga sua vã filosofia. Domina o bairro mesmo antes de ela nascer.
Maria Antonieta é parceira de Paulo Castilho, personificação dos promotores. Eles, através dos tempos, impediram festa no estádio. Impuseram torcida única. Agora, querem afastar a festa das ruas. Beijar na boca, pode?
A leitura é clara. Futebol é para quem tem dinheiro e consegue ser sócio torcedor. A patuleia que fique em casa. Que pague os pacotes impostos pela televisão. Queremos estádios cheios de "gente de bem", famílias que cairiam bem em uma pintura de Norman Rockwel, todos lindos, ricos, como se fosse em um pic nic. Mas sem comida.
E Paulo Nobre escolheu seu lado. Ele aprova a proibição de festa na rua. Ele é defensor da torcida única. Ele acredita ser dono do estádio. Em seu desvario, chegou a brigar com dirigentes do Flamengo que estavam em um camarote. Paulo Nobre acredita em apenas um tipo de amor. O dos antigos coronéis, que "compram a garota" com muito dinheiro e depois a exibem por aí como um lindo troféu. Ninguém pode tocar. O amor de Paulo Nobre pelo Palmeiras é obsessivo. E antisséptico. Nada de frecnh kiss. Do tipo que só beija na boca se usar lysterine antes.
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