Flávio Adauto fala de Pato, Andrés, base, Corinthians, São Paulo, Santos...
Estive com o brilhante Guilherme Costa entrevistando Flávio Adauto, diretor de futebol do Corinthians. A matéria, que teve participação especial do trepidante Dassler Marques estará no UOL. Aqui, separei alguns trechos diferentes. Um aperitivo.
PATO – Clube grande tem de fazer loucura. Trazer o Ronaldo foi uma loucura maravilhosa. Trazer o Pato foi uma loucura insossa, sem sabor nenhum. Sem tempero, sem nada. É um risco que se corre
CÁSSIO X WALTER – Dá para ficar com os dois. Eles se respeitam barbaridade. A convivência é boa, mas o íntimo deles eu não sei. Depende da ansiedade de cada um, do que eles pensam para o seu futuro.
ANDRÉS – Ele não é um problema. Ele estaria trabalhando contra ele mesmo se trabalhasse contra a gestão. É um dos responsáveis por tudo que está aí. Ele rompeu, mas tem conversado com o Roberto Andrade, tem ido a reuniões, quando meu nome foi discutido para assumir, ele estava presente. Ele me telefonou e disse: "Flávio, eu quero torcer para que dê certo. Quero que você faça a coisa correta". Não deu palpita algum.
BASE, SÃO PAULO E SANTOS – A história do Corinthians, a tradição, é de revelar jogadores. Recentemente, não houve a possibilidade. Você tem 20 jogadores que disputam a Copa São Paulo. Se ganhar, vai subir os 20? Acaba com os profissionais? Não é assim, você sobe três ou quatro. Quem sobe 20 é o time pequeno, que não em cobrança. No time grande, você tem de preservar, ver a hora certa e esperar que vingue. O São Paulo está sendo elogiado porque lançou garotos, mas até outro dia estava sendo execrado. Deu certo, mas e se não desse? Ganharam do Corinthians, mas perderam do América. Com o Santos é diferente. Quando o Santos vai lançar um garoto ninguém fica sabendo. Não tem cobrança, não em exposição. Se perder a Copa São Paulo, ninguém está ligando. Quando o Santos coloca um jogador no banco, o pessoal só fica sabendo quando vê a súmula. No Corinthians, não. Tem de ganhar a Copa São Paulo, tem de revelar, tem de jogar bem. A pressão é muita. Quando lançamos o Lulinha já falavam que ele tinha mais gols que o Pelé nas categorias de base, que ele era o maior talento do Brasil. Como resistir a tamanha pressão?
TEVEZ E MASCHERANO – Quando estava terminando o vínculo, eles já estavam acertados para jogar no Exterior e não queriam continuar. Teve um jogo no Maracanã contra o Fluminense e no comecinho o Tevez pediu para sair. O Leão não deixou sair e ganhamos por 1 a 0 com gol dele. Bem, mas no final do contrato, eles pediram para o Leão para ficar fora de um jogo contra o Grêmio. O Leão negou. Pediram para mim, eu recusei. Eles jogaram e na segunda ou terça fora para Buenos Aires e não voltaram mais.
IMPEACHMENTE DE ROBERTO ANDRADE – Dizem que ele fez uma fraude e eu acho a palavra muito dura. Ele teve um equívoco. Assinou um documento dois ou três dias antes de assumir com consentimento de quem estava no poder. E, se ele perdesse, a oposição poderia invalidar o documento no dia seguinte. Qual foi o prejuízo? Ele assinou para ganhar tempo e não olhou a data. Eu cansei de fazer isso na minha empresa, nunca iria criar prejuízo para mim mesmo. Pela parte fria da lei, pode estar errado, mas não deu prejuízo ao clube. Está havendo um excesso de zelo se levarmos em conta que a grande preocupação que existe no futebol é a honestidade. Agora, quem quiser ir na linha de que teve uma irregularidade, é um direito deles. O Roberto tem dito isso, quem quiser entrar com ação que entre. Ele não está se escondendo e nem pedindo nada.
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