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Corintiano tem sede de vingança contra o Inter. Hoje é o dia tão esperado

Menon

21/11/2016 06h08

A torcida do Corinthians vive hoje um dia especial. O dia da vingança, acalentada há nove anos. Uma vitória sobre o clemerInternacional pode levar o time gaúcho ao rebaixamento. O Inter ficaria estacionado em 39 pontos contra 42 do Vitória e 43 do Sport, faltando seis pontos em disputa. Apenas um dos três vai cair.

E por que todo corintiano quer a queda do Inter.

A história vem de 2007, quando na última rodada do Brasileiro, Corinthians, que visitava o Grêmio, e o Goiás, que recebia o Inter, lutavam para não cair. Os corintianos tem certeza que o Inter facilitou o jogo. Evidências: Fernandão e Gil saíram no intervalo. Paulo Baier, do Goiás, bateu um pênalti três vezes. Clemer defendeu as duas primeiras e o juiz mandou voltar. No dia seguinte, Fernandão, ídolo do Inter e que começou no Goiás, teria comandado um churrasco de comemoração.

O amigo Maurício Stycer fez, em 2009, um post sobre o assunto. Ele se baseava em informações contidas no meu livro – A Saga Corinthiana – e no ótimo "A Reconstrução do Timão" de Maurício Oliveira e Rodrigo Vessoni.

Leiam o post do Stycer e saibam porque hoje o corintiano sente o gosto da vingança. Aquela que se come fria.

 

Suspeitas de "acerto" contra e pró Corinthians em 2007

 

O lançamento quase simultâneo de três livros com o objetivo de festejar a volta do Corinthians à Série A recoloca em pauta um tema muito sussurrado há um ano, quando da queda para a segunda divisão, mas jamais esclarecido: houve alguma "armação" ou "acerto" a favor ou contra o time na última rodada do Brasileiro de 2007?

 

Vamos recordar. O Corinthians enfrentou o Grêmio, em Porto Alegre. O Goiás, que também lutava para não cair, jogou contra o Internacional, em Goiânia. O Grêmio sonhava com uma difícil vaga para a Libertadores; o Inter não tinha interesse algum na sua partida, mas muitos jogadores guardavam um ressentimento do Corinthians. Na antepenúltima rodada do Brasileiro de 2005, no Pacaembu, o Inter perdeu as chances de chegar ao título por obra de um erro clamoroso de Marcio Resende de Freitas, que não deu um pênalti do goleiro corintiano Fabio Costa em Tinga e ainda expulsou o jogador do time gaúcho.   Em "A reconstrução do Timão" (Lance! Publicações, 234 págs., R$ 30), Maurício Oliveira e Rodrigo Vessoni asseguram que um dirigente do Corinthians ofereceu R$ 10 mil a cada jogador do Inter por vitória contra o Goiás. O atacante Gil, ex-Corinthians e na ocasião no Inter, foi o intermediário da proposta. "O nome do dirigente ficou mantido em sigilo a pedido das três fontes que confirmaram a proposta", escrevem.

 

O atacante Fernandão, um dos mais irritados com o jogo de 2005, conversou com o goleiro Clemer, líder do grupo, e convocaram uma reunião da equipe colorada na véspera da partida com o Goiás para discutir a proposta levada por Gil. "Todos foram avisados sobre a grana oferecida pelo Corinthians. Fernandão citou o episódio de 2006, falou com mágoa de Tinga, mas também sobre honra e dignidade. Depois da reunião, já à noite, Gil informou os amigos corintianos sobre a conversa", relatam Oliveira e Vessoni.

 

 

Luis Augusto Simon, em "A saga corintiana", já comentado por este repórter, afirma que Andrés Sanches, presidente do Corinthians, tem convicção que a queda do time "só se concretizou porque o Inter havia entregue o jogo contra o Goiás". Menon, como Simon é conhecido, afirma em seu livro que Fernandão liderou o grupo dentro do Inter favorável à idéia de perder a partida, enquanto Clemer e Gil eram contra.

 

Escreve Menon: "Nada foi e nem será provado, mas se um dia Andrés puder escolher entre pagar R$ 1 mil para ter Fernandão por um ano ou R$ 10 mil para ter Fernandinho das Couves pelo mesmo período, não terá dúvidas sobre o que fazer."

 

Outro fato curioso relacionado a este episódio: no intervalo do jogo entre Inter e Goiás, que estava 1 a 1, Abel Braga tirou Fernandão e Gil do time.

 

Oliveira e Vessoni contam ainda outra história cabeluda relativa à última rodada do Brasileiro de 2007. Na manhã de sábado, véspera dos jogos, Andrés Sanches deixou o hotel do Corinthians em Porto Alegre e sumiu. Só reapareceu no final da tarde. A um dos conselheiros do clube que questionaram a sua ausência, Andrés disse, segundo os autores: "Fui resolver uns negócios aí. Depois explico. Mas pode avisar que não vamos ter problemas amanhã".

 

Escrevem Oliveira e Vessoni: "A promessa que haviam feito ao presidente do Corinthians e repassada à diretoria foi direta: se o Cruzeiro e o Palmeiras estivessem ganhando de America-RN e Atlético-MG, respectivamente, o que acabava com as chances de o Grêmio conquistar uma vaga na Libertadores-2008, o Corinthians teria a vida facilitada no Olímpico".

 

O Goiás ganhou do Inter por 2 a 1, com um gol de pênalti, defendido duas vezes por Clemer e só convertido na terceira tentativa (o goleiro se adiantou nas três vezes) e terminou o campeonato em 16º lugar, com 45 pontos. Grêmio e Corinthians empataram em 1 a 1, resultado que deixou a equipe paulista com 44 pontos em 17º e a gaúcha em 6º, com vaga para a Sul Americana. O Cruzeiro venceu o América-RN por 2 a 0 e se classificou para a Libertadores. O Palmeiras perdeu do Atlético-MG por 3 a 1, em casa, e ficou sem vaga para a Libertadores.

Em tempo: o terceiro livro sobre a volta do Corinthians à Série A intitula-se justamente "Eu voltei!" (editora Gutemberg, R$ 57), de Daniel Augusto Jr., fotógrafo oficial do clube. É um álbum com belos registros de bastidores, aos quais só Daniel teve acesso, ao longo do ano, recheado com depoimentos de corintianos famosos.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.