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Oswaldo, o penúltimo dinossauro, caiu. O que virá em 2017?

Menon

15/12/2016 11h47

dinosVanderlei Luxemburgo, Luis Felipe Scolari e Muricy Ramalho estão fora do mercado. Não começarão 2017 comandando um dos 12 clubes de maior tradição no Brasil. Juntos, eles venceram uma Copa do Mundo de seleções, 3 Libertadores, 12 Brasileiros e 5 Copas do Brasil. O primeiro desses títulos foi o Brasileiro de 1993, de Luxemburgo, com o Palmeiras. O último, foi a Copa do Brasil de 2012, de Scolari, também no Palmeiras. Abel Braga, de volta ao Flu, venceu um Mundial, uma Libertadores e um Brasileiro.

O "quinto dinossauro" foi demitido pelo Corinthians. Oswaldo de Oliveira sai após nove jogos e um aproveitamento de 37%, com duas vitórias, quatro empates e três derrotas. Algo não condizente com seu passado no futebol, com um título mundial e um brasileiro. Não está aqui o "título moral" de Oswaldo na Copa João Havelange, quando foi demitido por Eurico Miranda nas vésperas da decisão.

Depois destes cinco "dinossauros", houve uma geração intermediária ainda na ativa.  Tite, com seu título mundial interclubes, uma Libertadores, dois Brasileiros e uma Copa do Brasil está na Seleção Brasileira. Mano Menezes, que também dirigiu a Seleção, tem uma Copa do Brasil e está no Cruzeiro. Renato Gaúcho, com duas Copas do Brasil, está no Grêmio.

Entre o sucesso de Tite, o ocaso dos três gigantes, a demissão de Oswaldo, a volta de Abel e a curiosidade sobre como Renato Gaúcho trabalhará a longo prazo, os 12 grandes estão cheios de novidades. A renovação é gritante e pode ser exemplificada com alguns dados curiosos.

Eduardo Batista é filho de Nelsinho Batista, o primeiro rival de Luxemburgo, lá em 1990, na disputa entre Braga e Novorizontino.

Dorival Jr foi auxiliar de Muricy.

Antônio Carlos Zago foi dirigido por Scolari e Luxemburgo.

Rogério Ceni foi capitão de Muricy e assume um clube pela primeira vez.

Zé Ricardo e Jair Ventura têm menos de 40 anos.

Roger Machado foi dirigido por Scolari.

O perfil dos novos treinadores aponta para pessoas menos empíricas e mais antenadas com o futebol que se pratica hoje. Zé Ricardo e Jair Ventura nem podem ser "boleiros", afinal não são ex-jogadores. Dorival Jr e Mano Menezes fizeram uma "reciclagem" na Europa. Dorival visitou grandes clubes e Mano fez cursos em Portugal.

Antônio Carlos Zago fez todos os cursos da Uefa e foi auxiliar na Roma. Rogério Ceni fez cursos menores e trouxe o inglês Michael Beale, com grande experiência em clubes ingleses. Eduardo Batista e Roger Machado, que foram muito bem no início da carreira, terão a chance de recomeçar em um time grande, após o mau momento no Fluminense e na fase final do Grêmio. Cristóvão tem uma nova chance, após não conseguir montar defesas seguras por onde passou.

O ano de 2017 começará com muita expectativa sobre o trabalho dos novos treinadores. E com a esperança que algo de novo se materialize no Brasil. Porque, por enquanto, toda a modernidade que se instala aqui é uma imitação do que já se implantou na Europa. Nem se pensa no "pulo do gato", na possibilidade de que uma grande novidade apareça por aqui. Se conseguirem chegar mais perto do que se faz por lá, com um "delay" menor já será um grande feito.

E sonhar com um grande clube jogando de forma diferente dos outros. Chega de 4-2-3-1, a novidade da Copa de 2006.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.