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Menon

Timão teve Casão. E agora, se contenta com Kazim.... (Picadinho)

Menon

09/01/2017 05h00

Não me matem, eu sou apenas o mensageiro de más notícias. Não sou causa e nem efeito. Nem a frase do post é coisa minha. Ela e de casagrandeNelson Nunes, um dos grandes jornalistas com quem tive o prazer de trabalhar. Texto ótimo, visão acurada e com a capacidade de fazer uma pauta espetacular. Com ele, o repórter sempre era bem guiado. E o coração corintiano de Nelsinho Nunes sofre. Mas onde achar razão dentro de tanta emoção?

São épocas diferentes e é dura a comparação para todos os atacantes que foram ou forem contratados. Casagrande foi um dos grandes, com 103 gols marcados. Centroavante. Meia. Inteligente, questionador, muita raça em campo. Mas a questão é outra. Quem esperava tudo isso de Casagrande, após uma passagem por empréstimo à Caldense?

O Casagrande ídolo foi o Casagrande da base, um garoto como tantos outros que fizeram a história do Corinthians. Como Léo Jabá, por exemplo. Léo Jabá pode ser um novo Casagrande? Não sei. Kazim pode ser um novo Casagrande? Tenho certeza que não.

A situação política do Corinthians é terrível. O presidente Roberto Andrade, de mandato fraquíssimo pode sofrer um impeachment injusto. A situação econômica é péssima. Há problemas com o estádio e há problemas de caixa e uma coisa tem muito a ver com a outra. E, para complicar, o Palmeiras nada de braçada, com patrocínio forte e ainda aproveitando-se do empréstimo de pai para filho, de marido para amante, de Paulo Nobre, o Golden boy.

É hora de olhar para a base, como o São Paulo está fazendo. A solução pode vir daí. Ela não virá de Paulo Roberto, o volante reserva do Sport, já com 29 anos. Não virá com Jadson, dono de altos salários. Gabriel pode ajudar, mas há uma névoa de incertezas sobre suas condições físicas. Pablo? Pottker?

Está complicado. É hora de ter calma, de levar o barco devagar, pois o nevoeiro é perigoso. É hora de olhar para a história. Não a recente, que resultou na troca de Marciel por Willians, o do short verde (que bobagem a cor de roupa usada por um trabalhador), mas a de Rivellino, Edu Gaspar, Casagrande e que cada um complete sua lista de dez grandes revelações da base, ex-terrão.

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O PRÍNCIPE BARRADO – Houve um tempo em que o Brasil ansiava por um novo Pelé. Zagallo pensou que fosse Ticão, neguinho de Bauru (muita coincidência) e o convocou para a seleção. Houve outros. O principal foi Ivair Ferreira, chamado de O Príncipe. Também ivairnascido em Bauru e que fez sua carreira na Portuguesa, onde jogou dos 12 aos 24 anos, antes de se transferir para o Corinthians. Em 1964, estava na decisão do Paulistão, quando a Lusa foi derrotada pelo Santos por 3 a 2. A Lusa tinha Orlando; Jair Marinho, Ditão, Wilson Silva e Edilson; Pampolini e Nair; Almir, Henrique Frade, Dida e Ivair. O Santos tinha Gilmar; Ismael, Modesto, Haroldo e Lima; Zito e Mengálvio; Toninho Guerreiro, Coutinho, Pelé e Pepe. O Rei venceu o Príncipe.

Ivair esteve também na lista de 47 jogadores pré selecionados por Vicente Feola para a Copa de 1966. Foi cortado, juntamente com Rinaldo, do Palmeiras. Edu, do Santos, e Paraná, do São Paulo, ficaram com as vagas.

Esta semana, o Príncipe Ivair foi barrado na Portuguesa. Um segurança o impediu de entrar no clube. Há culpados na história? Todo ex-jogador pode entrar no clube? São muitos pontos a se considerar, mas a tristeza é grande. O segurança (provavelmente não conhece nada da história da Lusa) também não conhece Ivair.

E eu apenas consigo me lembrar de Aldir Blanc, o gênio. "É o tempo, Maria, te comendo feito traça em um vestido de noivado".

Felipe Mello – Achei uma ótima contratação do Palmeiras. O ano tem calendário diferente dos outros, as competições correrão simultaneamente e não há mais aquela possibilidade de vencer a Libertadores e fazer gazeta no Brasileiro. É preciso rodar. É preciso elenco. Felipe entra em um setor que foi muito bem, com Tche Tche e Moisés. Tem estilo diferente, é mais marcador, apesar de ter um bom passe. Mesmo quem não pensa nele como titular, há de reconhecer que é opção mais forte do que Thiago Santos. Quanto às expulsões, elas virão. Aqui, se expulsa até quem pensa em palavrão. Mas não esqueçamos que Gabriel Jesus foi expulso – e merecidamente – em um jogo importante.

Modesto Roma Jr – O presidente do Santos fala em Robinho e traz Kayke. A promessa tão megalomaníaca como vazia serve apenas para criar uma aura de desilusão sobra o novo contratado. Começa no clube como aquele que veio porque Robinho não pôde vir.

Calleri – Se o argentino voltar, o São Paulo terá dado um enorme salto de qualidade na montagem de um bom time. Mas é bom a torcida se acostumar com Colmán, o paraguaio.

Cabe mais um? A Fifa definiu que a Copa do Mundo terá 48 países. Nem o esfacelamento de muitas Iugoslávias e outros tantos de Uniões Soviéticas justifica. Eu só entendo o inchaço em uma situação específica: as Eliminatórias classificam 16 seleções para a segunda fase. A primeira fase reúne 32 times em um mata-mata, já no país sede. Os 16 classificados se unem aos 16 primeiros e segue o baile, como é agora. Apenas um jogo para definir as chaves. Pensando em termos de América do Sul, nas última copas, a quinta vaga foi jogada pelo Uruguai contra a Jordânia (Copa-14), Costa Rica (Copa-10), Austrália (Copa-06) e Austrália (Copa-02). Estes jogos seriam realizados já na sede, como um grande aperitivo. Ganhou, fica na Copa. Perdeu, foi eliminado e volta para casa.

 

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.