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Menon

Majestoso na Florida. Bom para os dois. E para nós, também

Menon

21/01/2017 05h00

 
MAJESTOSO NA FLORIDATem São Paulo x Corinthians, tem Corinthians x São Paulo. Na Florida, em campo ruim, com pouca gente. E daí?. É a primeira decisão do futebol paulista no ano. É Majestoso. É o futebol de volta, para nos alegrar.

O jogo é bom para os dois. Para quem ganhar e para quem perder. Quem ganha, recebe aquele ânimo extra para o início de trabalho de seu treinador. Quem ganha, é campeão. Sempre bom, não é? E quem perde, não receberá uma pressão enorme, não será cobrado. E terá recolhido, porque é um bom treinador, subsídios para melhorar.

Os dois times devem começar no 4-1-4-1 e o São Paulo com alguma mobilidade a mais, graças a Rodrigo Caio. Ele pode retroceder alguns metros para formar uma linha de três com Maicon e Breno, liberando os laterais.

Camacho e Gabriel. Thiago Mendes e Rodrigo Caio. Duas duplas de volantes que reúnem quatro jogadores que tratam bem a bola. Não são apenas a turma do desarme, sabem passar e até chegar ao ataque. Gabriel, menos que os outros três.

Nas alas, estarão Nem, Araújo, Marlone e Romero. O Corinthians tem Marquinhos Gabriel, um substituto melhor que Neílton. Interessante será notar como eles conseguirão fazer a transição para o meio do ataque. Contra o Vasco, Romero e Marlone fizeram essa tarefa com grande categoria, com uma tabela de alto nível. Araújo e Nem também fizeram, juntando-se a Cueva. Houve muita movimentação, mas nada de gols.

Rodriguinho ou Cueva? No último jogo, Cueva teve uma liberdade absurda e matou o jogo.

E as defesas? Se equivalem?
Esperemos até as 21 horas.

Nosso velho amigo, o futebol, está de volta.

picadinhomenon

DUAS PALAVRINHAS SOBRE UM CAMPEAO – Carlos Alberto Silva morreu aos 77 anos. Cobri sua passagem no Corinthians. Vou levar comigo a imagem de uma pessoa agradável e conversadora. Piadista, gostava de fazer sempre a mesma brincadeira. "Pode ser uma palavrinha", a gente perguntava. "Cu", ele respondia. "Só tem duas letras". E depois, falava bastante.

carlos alberto silvaFoi campeão brasileiro pelo Guarani, com o fantástico ataque Capitão, Careca e Bozó. Ganhou a medalha de prata na Olimpíada de 88, com um ataque formado por Romário, Careca e Bebeto. Foi trocado por Lazzaroni e seu 3-5-2. Fiel sempre ao estilo ofensivo, cometeu um grande erro quando estava no Palmeiras. Era decisão contra o Grêmio, que ganhava por 2 a 0 no Sul. Trocou o volante Amaral pelo atacante Alex Alves, desorganizou o time e levou de cinco. Já eram tempos de mais cuidados defensivos, já era o início de seu declínio.

No São Paulo, em 1980, inventou o maior quarto zagueiro da história do clube. Em depoimento ao meu livro "Tricolor Celeste", ele contou como transformou o desacreditado meia Dario Pereyra em um mito na história do clube.

"O Dario havia custado muito dinheiro para o clube e mesmo assim nunca recebi pressão para que ele jogasse. Mas percebi que precisava fazer alguma coisa. Um jogador como aquele não podia ficar de fora. Falei com ele que precisava mostrar mais interesse, que não adiantava nada ficar triste, que todo mundo queria ajudar e que era hora de ele mostrar mais. A partir daí, ele começou a se interessar mais, se aproximou de mim e a perguntar se tinha ido bem no treino."

A chance foi dada em 13 de julho de 1980, contra o Corinthians, que o São Paulo não vencia desde 1976. O jogo estava 0 a 0 até a metade do segundo tempo, quando Carlos Alberto tirou o zagueiro Gassen, que estava sofrendo com Geraldão, e colocou Dario na zaga. "Pedi para ele ficar atento na bola alta para o Geraldão. Não perdeu nenhum lance até o final do jogo. Em toda minha vida, só vi o Ricardo Rocha, que lancei no Guarani, como alguém do mesmo nível do Dario".

 

 

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.