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Contra Felipe Melo, Tabet, do Flamengo, joga a ética na porta dos fundos

Menon

22/01/2017 17h46

tabetToda a briga, física ou verbal, tem uma ética. Desde criança, é assim. Não vale puxar cabelo, não vale dedo no olho, não vale xingar a mãe. Há uma linha que não deve ser ultrapassada. Somos ignorantes por brigar, mas não somos irracionais.

Antonio Tabet, diretor de comunicação do Flamengo, cruzou a linha ética e moral em sua discussão com Felipe Mello.

No programa "Enquanto a bola não rola", da rádio Globo do Rio, ele disse o seguinte: "Futebol é esporte, futebol é para ser jogado. E o senhor Felipe Melo, antes de ir embora do Brasil, eu não sei como terminou essa história, taí no Google, qualquer um pode procurar, ele foi acusado de esfaquear um cara aqui no Rio de Janeiro. Isso também para a maneira como você encara o atleta".

Não, não se pode tratar uma situação grave desse tipo com a frase reducionista "taí no Google". Ora, ele joga a acusação no ar e diz que "taí no Google". Ora, o google, dependendo da maneira que se procure, só trará um lado da história. O outro lado, eu presumo, é que Felipe Melo foi considerado inocente. Nunca soube que tenha cumprido alguma pena. Nunca soube de uma condenação".

É indecente jogar jogar o nome de uma pessoa na lama. Taí no google é uma frase imoral. Da mesma maneira que Felipe Melo foi indecente e imoral, a meu ver, ao responder uma crítica de Zé Elias relembrando a prisão do comentarista.

Felipe Melo fala por ele. Tabet, como lembrou muito bem o jornalista Gabriel Dudziak, quando estávamos juntos  no Enquanto na bola não rola da Globo São Paulo, não fala por ele. Fala pelo Flamengo. E o Flamengo não pode sacar um fato de 2005, que já teve um final, e colocar sob suspeita o jogador. Mais do que isso, o sistema judiciário do Brasil, pois se Felipe Melo foi inocentado, caput, acabou, finito, não tem que dar um google.

O futebol brasileiro é dirigido por pessoas desqualificadas e ninguém precisa ir no google para saber das lambanças de ricardo teixeira, zemariamarin e da impossibilidade de marco polo viajar. Seria ótimo se a maior contratação do ano (uma das maiores) e o dirigente do clube mais popular do Brasil estivessem unidos contra a direção do futebol, estivessem juntos para melhorar a paixão maior (esportivamente falando) do nosso país e não engalfinhados em uma briga sem quartel.

Tabet cruzou a linha. O que virá, agora? Nada de bom. Felipe Melo deve estar no google procurando algo.

E, assim, sem trégua e sem ética, o fundo do poço não chega nunca.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.