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Heltton, o gato que perdeu a última vida. Lusa tem filme e sócio-torcedor

Menon

24/01/2017 05h00

Paulista - Fundo pretoHeltton Matheus Cardoso Rodrigues e Brendon Matheus Araújo Lima têm muito em comum. O primeiro nome terminando em on. O Matheus com h no segundo nome. São primos. Brendon, de 20 anos, está preso por envolvimento com tráfico de drogas. Heltton, de 23 anos, está desaparecido. Deixou até as roupas no dormitório do Paulista de Jundiaí. Saiu às pressas quando foi descoberto que jogava a Copa São Paulo com os documentos do primo.

Heltton é gato.

Jogava a última esperança de se dar bem no futebol. De ter uma vida melhor que a do primo preso. Logicamente não é santo. Logicamente cometeu um crime. Um crime que vai tirá-lo do futebol. A última chance acabou.

Heltton é um falsário. Um falsário pé de chinelo em que o doping viceja entre campeões olímpicos multimilionários. Um falsário que nem se pode comparar ao tenista australiano Nik Kyrgios, que foi punido por fabricar resultados.

Na escala falsificadora do Brasil, Heltton é o piso. Aqui é o país de Geddel, Eliseu Padilha, Romero Jucá e Michel Temer. A patota que governa o país sem ter um voto.

Heltton é um coitado, um zé ruela. E o Paulista de Jundiaí, é o quê? E Alberto, o empresário, é o quê? São vítimas, eles bradam. Vítimas? Mas que empresário é esse que não tem controle? E que clube é esse que não sabe que jogador veste sua camisa? É um dormitório de jogadores? Empresta a camisa para quem vier?

Emerson Sheik jogou no São Paulo com o nome de Márcio Carioca. Era um fornido gato de três anos. Tinha um documento falso. Sofreu, foi punido, e virou um grande jogador. Heltton não usou um documento falso. Usou um documento de outra pessoa. Ora, Heltton e Alberto são primos ou gêmeos univitelinos?

O Paulista foi punido. A instituição continuará no ano que vem, tomara que com jogadores verdadeiros.

Heltton, não. Trucou e perdeu tudo. Perdeu a última das sete vidas. Sem futebol, seu futuro provavelmente não existirá.

picadinhomenon

FILME RESGATA A GRANDEZA DA LUSA – Em 1954, na Copa do Mundo, a seleção brasileira foi eliminada pela poderosíssima Hungria por 4 a 2. Os gols brasileiros foram de Djalma Santos e Julinho. Os dois jogavam pela Portuguesa. Brandãozinho era o lusaespetacularterceiro titular da seleção e da Lusa. Quatro anos depois, Djalma Santos, já no Palmeiras, foi campeão do mundo. Julinho, na Fiorentina, recusou o chamado. Achava antiético jogar fora do Brasil e tirar o lugar de alguém. No caso, um sujeito de pernas tortas. Foram os grandes anos da Lusa, campeão do Rio São Paulo em 1952 e 55. O time excursionou à Europa e conseguiu grandes vitórias. O Atlético de Madrid foi uma das vítimas. Foram três excursões à Europa e América, com um total de 37 jogos, 27 vitórias, nove empates e uma derrota. Um total de 107 gols marcados e 41 sofridos.

Os jornalistas Luiz Nascimento e Cristiano Fukuyama fizeram um filme de 50 minutos, com recursos próprios, contando as façanhas da Lusa. Rubro Verde Espetacular será lançado dia 27, às 20h no Teatro Gamaro. Uma única exibição. Merecia muito mais.

E a Lusa, em seu momento mais baixo, tenta a recuperação. Relançou seu programa de SÓCIO TORCEDOR, com vários planos. O mais barato é de 15 reais, uma pechincha. Pode ser pago em seis vezes. Está sendo feita também uma grande mobilização para que pelo menos 5 mil torcedores compareçam à estreia na Série A 2, domingo, no Canindé, contra o Barretos, a partir das 10 da manhã.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.