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Menon

São Paulo é o primo pobre. Palmeiras, o ricaço

Menon

27/01/2017 05h00

Paulo Gracindo era o primo rico. Brandão Filho, o primo pobre. O rico ria de tudo o que o pobre falava, prometia ajudar e no primoricofinal…nada. Tudo ficava igual. O quadro fez muito sucesso no rádio, programa Balança Mas não Cai e também na televisão.

O São Paulo é o primo pobre do futebol paulista nesse início de ano. O Palmeiras é o rico, Corinthians e Santos são remediados. O Santos, um remediado que conta os tostões, com responsabilidade. O Corinthians, como alguém que gasta o que não tem, em busca de uma solução milagrosa.

Na temporada passada, o São Paulo fez praticamente um gol por jogo. Um poquito mais. A análise era simples: este é o setor a ser reforçado. Saiu Kelvin e chegou Wellington Nem, que me parece uma boa troca. Chegou Neílton, em quem vejo poucas qualidades para resolver problema tão grave. E o FC Dallas anunciou a contratação do paraguaio Colmán, "após uma luta contra o grande clube brasileiro". O ataque continua fraco. A Florida Cup mostrou. David Neres vai resolver?

Vieram também o goleiro Sidão e o polivalente Cícero. O clube se orgulha de haver gastado apenas R$ 300 mil. O campeão do Paulista terá um prêmio de R$ 5 milhões. O campeão da Copa do Brasil receberá F$ 50 milhões. Não vale a pena gastar um pouco mais? Não perder Jucilei, como perdeu Colmán?

O Santos também contratou pouco. Vieram Bruno Henrique, Kayke e Vladimir Hernandez para o ataque, Cleber para a zaga, Matheus Ribeiro para as laterais, e Leandro Donizete, volante. Mas o Santos terminou o ano bem melhor que o São Paulo. Dorival Jr recusou Felipe Trevizan, zagueiro brasileiro do Hannover, mesmo tendo perdido Gustavo Henrique e Luis Felipe, contundidos. Acredito que Dorival Jr. vá escalar Renato na zaga, deixando Thiago Maia e Leandro Donizete como volantes.

O Corinthians trouxe Pablo, Moisés, Felipe Bastos, Gabriel, Kazim, Jô, Paulo Roberto e luta por Pottker. Nada de muito caro. Mas a ousadia pode substituir a mão fechada, com as vindas de Drogba e Jadson. R$ 1 milhão a mais por mês?

O primo rico veste verde. Basta dizer que jogadores como Erik, Rafael Marques, Arouca, Rodrigo e Hyoran podem ficar fora da lista dos 28 inscritos para o Paulistão. Vieram Guerra e Felipe Mello. E muitos outros. E, como nunca foi comum – a exceção é Gabriel Jesus – ainda tem Vitinho, da base.

O futebol reflete a vida. Quem tem dinheiro, tem mais facilidade para se dar bem. Mesmo em um país como o Brasil, onde há muitos jogadores de qualidade. Mesmo quem não gasta, como o São Paulo, pode ter um time competitivo. Mas, que é difícil, é…

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.