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Renato, o eterno Rei da elegância e eficiência, comanda o show na Vila

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04/02/2017 08h37

renatofraqueRenato terminou o jogo com fraque e cartola. O chapéu, ele havia dado no primeiro tempo. Um jogador clássico, elegante, que desarma bem, passa ainda melhor e que nunca é expulso. E que não se machuca. Não sei quanto ganha, mas merece aumento. O custo/benefício de Renato é fantástico.

É um jogador que merece mais do que recebe, e agora não estou falando de dinheiro. O reconhecimento que tem é menor do que o futebol que desfila em campo. Basta uma comparação com Elano, seu parceiro de Santos. Elano foi para a seleção, onde brilhou em 2010. Passados alguns anos, a carreira definhou, talvez por haver se dedicado a sonhos globais. Teve um pico, caiu, andou pela Índia. Renato, não. Foi sempre constante.

Há um ano ou dois, vimos Renato e Luís Fabiano, velhos amigos de Sevilha, fazendo uma aposta em um jogo São Paulo e Santos. Luís Fabiano, que é mais novo, está na China, tentando voltar. Renato mostra sua longevidade a cada jogo e não há previsão de parada.

Renato consegue brilhar mesmo neste Santos que é pura adrenalina, que é velocidade e troca de posições. Um Santos que foi muito, desde o início, para o Linense. Quem deveria estar aqui, já está lá. Thiago Maia, na ponta, fazendo cruzamento na direita. Yuri avançando, às vezes até demais. Um Santos que mostrou grande força ofensiva e algum descuido defensivo que precisa ser consertado. Mesmo quando se faz seis gols, não é bom sofrer dois.

O jogo teve ainda dois momentos de ressurreição.

Rodrigão estava com um pé e meio fora, ficou e fez dois gols logo no início. Perdeu outros dois, mas vida de centroavante é assim mesmo. Pode ficar mais três jogos sem marcar, que estará com média de artilheiro do campeonato.

Thiago Ribeiro esteve com os dois pés fora do Santos. Faltava alguém acenar o dedo. Estava, na verdade, com os dois pés fora do futebol, assolado por uma depressão que o transformou, nos dois últimos anos, em uma sombra do bom jogador que é. Ficou, jogou dez minutos e fez um lindo gol.

Está vivo para o futebol. E, o que é mais importante, está vivo para a vida.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.