Corinthians enfrenta Maradona e Periquitão
O jogo é único e um empate classifica o Timão. O rival é verde e branco. Tem um periquito como mascote. E Maradona como armador. Não o Diego Armando, é lógico. Ewerton Leandro Diniz, o Ewerton Maradona, de 34 anos, o jogador mais conhecido da Caldense. "Ganhei o apelido quanto tinha nove anos. Era pequenino, cabeludo e habilidoso e o apelido veio. Tentei lutar contra, mas não consegui de jeito nenhum", conta Ewerton.
Ele sempre foi destaque na base do Galo, onde chegou com dez anos. Ficou por lá 13 anos, mas o rendimento como profissional não confirmou o que se esperava. Fez 15 jogos e apenas um gol. Em 2005, o contrato expirou e ele começou a rodar por clubes de Minas Gerais. Em 2008, chegou à Caldense, onde ficou por dois anos. "Gostei muito daqui, mas nem sempre o clube tinha calendário no segundo semestre e eu procurava outros times e voltava no Mineiro. Fiquei dois anos no CRB e estou de volta".
E como é Maradona? "Eu sou um meia destro, mais ponta de lança do que armador. Gosto de me aproximar dos atacantes, mas também posso jogar um pouco recuado, como meia armador. Sou habilidoso e cobro faltas".
No jogo contra o Corinthians, os atacantes serão Cristiano e Luiz Eduardo, ídolo que está de volta. Em 2015, ele jogou com a camisa 90, homenageando os 90 anos da fundação do clube. Agora, usará a camisa 92.
Uma risada contida, quase envergonhada acompanha a resposta de Ewerton, quando eu pergunto se o futebol é também parecido. "Olha, se eu jogasse 5% do que o homem jogou, eu estaria rico e conhecido. Mas dá para jogar com dignidade".
Diego é o ídolo de Ewerton, ambos Maradona. "Como ele jogava bola, não? O domínio, os passes, o jeito de bater na bola e de cobrar faltas". Há algum momento em que, mesmo minimamente os dois se parecem? "Caneta, né? Dá para acertar uma de vez em quando, como ele fazia. O resto, é bem mais difícil". Outros ídolos mostram o gosto refinado do Maradona da Caldense. "Zico, Ronaldinho Gaúcho e Messi. Só meia. Gosto também do Ronaldo Fenômeno".
Do Corinthians, Maradona gosta de Rodriguinho. "Ele cresceu muito no último ano. Joga muito bem. O Jô está de volta e vai dar muito trabalho para a Caldense".
Há chance de uma zebra? Ewerton responde com sinceridade. "Vai ser o jogo de um time grande contra um time pequeno. E o time grande tem o empate como vantagem. Então, nós temos de jogar com muita seriedade e fazendo uma marcação forte. Se a gente errar, eles vão marcar e aí, fica difícil. Se fizermos tudo certo, é possível que a gente faça um gol e complique o jogo para eles. Mas sei que é difícil", diz o Maradona que tem os pés o chão.
Para que o roteiro imaginado por Ewerton Maradona dê certo, será necessária uma boa atuação do Periquitão. É o mascote do time. Sempre foi um periquito, mas o nome foi decidido em uma eleição há dois anos, quando a Caldense foi vice-campeã do Mineiro. Foram 15652 votos em um total de 47595.
E o Periquitão terá um bom público para reger. O estádio dr. Ronaldo Junqueira tem capacidade para 7500 lugares e 6800 já foram vendidos. A Caldense espera uma renda de R$ 400 mil. Em caso de derrota, ficará com 40% (R$ 160 mil). É praticamente 1/3 do orçamento anual, de R$ 500 mil. A Caldense tem 100 sócios-torcedores, no programa Arriba. Para o jogo contra o Corinthians, foram vendidos dois patrocínios pontuais.
A Caldense do Maradona, do Arriba, do Luiz Eduardo e do Periquitão vai ganhar, mesmo se perder.
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