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Corinthians candidatíssimo. Edmundo e o Monstro do Pântano

Menon

09/04/2017 18h41

É repetitivo falar do Corinthians monotemático. Mais uma vitória por 1 a 0. A sexta em 14 jogos. Houve também três empates por 1 x 1. O time tem apenas 15 gols marcados. E não dá mostras de que vai melhorar, ofensivamente falando. E daí? É candidato ao título. Por que? Ganhou dois clássicos e empatou outro. Sofreu apenas nove gols. Não corre riscos. Até quando pode chegar assim? Até que seus adversários consigam descobrir uma fórmula de vencer Pablo e Balbuena. E Cássio. E Fagner. E Arana.

Falar o que do jogo? Dominou, não correu riscos, fez um gol. Não tenho imaginação para fugir desta realidade. Já falei há algum tempo que Jadson e Clayton melhorariam tudo e que os gols sairiam. Disse que o time seria mais vertical, teria mais infiltração, quebraria as linhas dos rivais pelos lados do campo….Falei que iria evoluir. E nada do que vejo bate com o que eu previ. Com o que eu disse que poderia acontecer.

É como se eu tivesse um carimbo. Ganhou. Não correu riscos. Não brilhou. Não é agradável. É candidato ao título. Principalmente porque estamos falando de mata mata. No Brasileiro, fazendo tão poucos gols, fica no meio da tabela.

Pode ser repetitivo, mas é que eu vejo.

O que não pode falar é o que não se vê em campo. Foi o caso de Edmundo no jogo contra a Universidad de Chile.

Ele disse que o Corinthians venceu porque soube enfrentar a catimba dos chilenos.

É muita preguiça ficar repetindo a balela de catimba, catimba…

Papo de boleiro. Só isso.

Há muito tempo, os clubes estrangeiros chegam ao Brasil e mostram um futebol bem organizado, com as duas linhas bem conectadas, sem rifar a bola, sem pressa para jogar.

Exemplos? Strongest contra o São Paulo. Wilstermann contra o Palmeiras. Nacional contra o Palmeiras. Guarani do Paraguai contra o Corinthians.

Universidad de Chile contra o Corinthians. Os chilenos tiveram 54% de posse de bola. Finalizaram 13 vezes (cinco certas) contra 12 (oito certas) do Corinthians. 383 passes certos contra 306 do Corinthians. Seis cruzamentos certos contra um do Corinthians. 25 lançamentos contra 21 do Corinthians. 24 desarmes contra 20. Seis escanteios contra um. E, por final, prestem atenção: 11 faltas contra 13. E UM cartão amarelo contra três.

Onde está a catimba? Há outras maneiras de explicar a vitória do Corinthians. Muito mais elogiosas do que falar em catimba.

Jogadores brasileiros e ex-jogadores que ganham um microfone de presente gostam de falar em catimba e violência. Como se os jogadores brasileiros fossem virgens raptados por sequestradores catimbeiros. Como se uruguaios, argentinos, chilenos etc não soubessem jogar bola, não tivessem bons treinadores. Fossem apenas réplicas do Monstro do Pântano, atacando nosso jovens desprotegidos, jogadores inocentes como Fagner, Gabriel, Leandro Donizete, Fábio Melo, Wellington Nem…

Tá na hora de virar o disco. Falar que o Corinthians venceu porque superou a catimba, é desprestigiar o time que perdeu. E também o Corinthians que ganhou. É blablabla de quem não presta atenção ao jogo e vai comentar baseado em velhos preconceitos.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.