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Eduardo Baptista, pobre rapaz, tem uma espada sobre a cabeça

Menon

21/04/2017 10h30

Binho Xadrez é um verdíssimo amigo. Mora no Maranhão. Uma enciclopédia do rock – ganhou concurso de imitação de Chuck Berry – , mas recorreu a uma metáfora de música brega para explicar o relacionamento entre Eduardo Baptista e o Palmeiras: é como um cara pobre que namora uma menina rica, por mais que se esforce a família não aceita.

Ele não sabe, mas estava falando de A Pobreza, música de Leno e Lílian, dupla da Jovem Guarda: "nosso amor é tão bonito/mas seus pais não querem nossa união/dizem que a pobreza é lixo/ e que rapaz pobre não tem coração"

A desconfiança é grande e coloca uma espada sobre a cabeça do treinador. Sempre tem que provar. Pode ser pela comparação com Cuca, pode ser pela falta de um currículo vencedor, pela carreira pequena, pode ser porque seu pai afastou o ídolo Evair, pode ser por tudo isso ou por nada disso, a verdade é que Eduardo precisa ser forte como a Mônica do Maurício de Sousa para enfrentar a má vontade de parte da torcida.

Contra a Ponte Preta, ele terá a primeira grande chance de reverter um resultado ruim. Péssimo. Nas outras cinco a desconfiança ficou e ele não pode fazer nada: derrota contra o Ituano, derrota contra o Corinthians, que tinha dez em campo, empate contra o Tucumã é vitórias na última bola contra Wilsterman e Penarol.

As vitórias foram muito comemoradas e Baptista não foi criticado. Mas se houvesse empate seria ele e não a tal catimba sul-americana o vilão.

Agora, a Ponte. A situação é crítica. Se o Palmeiras ganhar por 2 a 0 estará eliminado. O primeiro jogo foi catastrófico e Eduardo não conseguiu fazer o time reagir. É obrigação dele fazer onze milionários vestir com dignidade a camisa de Dudu e Ademir? Não. Mas é obrigação fazer o time reagir no segundo tempo, ter um novo plano de jogo e não, como se viu, jogar para garantir a derrota e reverter a situação no jogo da volta. Ele não conseguiu.

O jogo da volta aí está. Uma desclassificação afasta o sonho da quíntupla coroa. E a espada continuará balançando sobre a cabeça do pobre rapaz. Precisa atravessar essa ponte.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.