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Menon

King Kong cala o multicampeão diante de 40 mil vozes. Abraço ao Maccafani

Menon

22/04/2017 21h17

Olha, podem até me chamar de machista, mas hoje, contra o Palmeiras, a Macaca foi King Kong. Aquele King Kong da cena dos aviões. Foram 60 cruzamentos, apenas 16 corretos. Cruzamentos que devem ter levado à boca o coração do velho amigo Antonio Carlos Maccafani. Foi uma Ponte muito fechada, retrancada e com tranquilidade para segurar a pressão verde. Os jogadores da Macaca, mesmo no sufoco, tinham bom passe para sair da defesa. Um Kong tranquilo, na medida correta.

Fazer três gols na Ponte é difícil. Ter a obrigação de fazer três gols é muito mais difícil. Foi o que se viu. O primeiro só veio aos 38 minutos e não houve tempo para os outros dois que levariam aos pênaltis. Aliás, o árbitro foi econômico nos acréscimos.

O resultado tira o Palmeiras do título. Não tenho nenhuma pesquisa sobre o assunto, mas a grande maioria da torcida apostava em cinco títulos no ano. O mais fácil e menos importante deles se foi. Restam quatro chances ainda, o que tornaria o ano glorioso, mas é bom lembrar que o time sofreu muito diante das dificuldades impostas por Ponte, Peñarol e Wilsterman. O outro lado da moeda é a vitória fácil sobre o São Paulo. Enfim, é preciso melhorar.

Algumas considerações sobre o jogo.

Felipe Melo foi um monstro. Ganhou todas do Pottker, exceção ao primeiro lance, quando levou amarelo ainda com cinco minutos. Aberto na esquerda, como um zagueiro, fez inversões perfeitas e iniciou jogadas de ataque.

Fernando Bob mostrou uma vez mais que é um volante moderno, com bom desarme e bom passe. Jogou de cabeça levantada.

Borja e Guerra estão devendo. Muito.

O árbitro acertou ao não dar amarelo para Dudu, que fez um chilique ao ter um gol justamente anulado. Juiz deve interferir pouco no jogo. Ele errou em dois lances que considerei penaltis para o Palmeiras. Mas foram lances duvidosos, fáceis de errar.

Marlon é um zagueiro muito bom. Hiago não fica muito atrás. Aranha foi muito mal.

Gostei das trocas de Eduardo Baptista.

A lateral esquerda é o ponto fraco do milionário elenco do Palmeiras.

Por fim, saindo um pouco do jogo, o que a Crefisa fez com o Papa é uma escrotidão. Usar a imagem de um religioso para aumentar a renda de quem empresta dinheiro a juros para desesperados é triste retrato da ganância.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.