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Menon

O Brasil mata Garrincha de novo

Menon

31/05/2017 10h13

O corpo de Garrincha sumiu do cemitério de Raiz da Serra, distrito de Magé, no Rio. Estava enterrado lá, desde 1983, quando Manuel Francisco dos Santos morreu, aos 49 anos, vítima do alcoolismo.

O Brasil se supera no desrespeito à sua história, a cada dia, a cada momento. O ápice era permitir o roubo da taça Jules Rimet. Agora, isso. Um dos maiores jogadores do Brasil, para mim, o segundo, um dos maiores jogadores do mundo, sem dúvida um dos dez, simplesmente desaparece do cemitério.

Se pelo menos fosse um conto de realismo fantástico em que, cansado de solidão, Garrincha tivesse saído da cova, dado um drible no coveiro e estivesse por aí, tomando uma, vendo um show da Elza Soares, jogando uma pelada, dormindo com uma pelada…

Mas não é nada disso. O Brasil não é realismo fantástico. É tristeza mesmo. O corpo do grande craque, da Alegria do Povo, foi retirado da cova há dez anos para dar lugar a um outro desvalido. E ninguém sabe onde está.

O Brasil está doente ou somos essa merda mesmo? 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.